O mapa completo para sair do inferno das dívidas

pws.2

Atualmente, as pequenas e médias empresas correspondem a 91% do total de inadimplentes, segundo a Serasa Experian

Conteúdo original dos 10 passos Por Antonio Santomauro no Portal da Revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios
Revisão e passo 11 por Felipe Ribeiro.

O número de empresas inadimplentes bateu recorde em julho deste ano, segundo levantamento da Serasa Experian. O estudo aponta que 3,57 milhões de empresas têm dívidas em atraso e, por isso, tiveram o nome incluído na lista de inadimplentes. Esse número é maior do que o verificado em julho de 2013, quando foram registrados 3,28 milhões. O segmento de pequenas e médias empresas é o mais afetado, respondendo por 91% do total das inadimplentes.

Resolver as pendências financeiras requer planejamento e determinação. As práticas apresentadas a seguir não servem apenas para quem está com acorda no pescoço. Usadas regularmente, podem garantir a saúde financeira do negócio.

1. Separe os canais
Misturar as contas do negócio com as pessoais é um dos erros mais comuns dos pequenos e médios empreendedores. Há quem pague fornecedores com seus próprios cheques, ou use o dinheiro da empresa para saldar a escola do filho. A confusão entre os números impede que o empreendedor saiba se o seu negócio é ou não rentável. Além disso, quem mistura contas corre o risco de pagar mais por empréstimos, já que os bancos costumam cobrar juros mais altos para pessoas físicas do que para clientes corporativos.

2. Cuide dos controles gerenciais
Elabore planilhas que ajudem a organizar os números do negócio: contas a pagar, contas a receber, comissões sobre vendas, controle de estoque, fluxo de caixa. Controlar o capital de giro é fundamental. É preciso saber tudo o que entra e o que sai, para poder prever como serão os custos e gastos nos próximos meses — e de quanto você pode dispor para pagar as obrigações devidas.

3. Contabilize os débitos
Liste todas as dívidas da empresa, separando-as por categoria: bancária, trabalhista, tributária, fornecedores, prestadores de serviços etc. As pendências bancárias também devem ser agrupadas por formato — cartão de crédito corporativo, cheque especial, empréstimo para capital de giro etc. Essa primeira organização permite analisar se determinado tipo de gasto pode ser substituído por outro mais barato. Por fim, priorize as despesas de acordo com a sua importância: o não pagamento do financiamento de um equipamento, por exemplo, pode levar a empresa a paralisar suas atividades. Em seguida, é preciso somar os valores a serem pagos mensalmente, considerando juros, taxas e multas. Compare esse valor com a previsão do fluxo de caixa, para saber se terá condições de pagar o total, ou somente uma parte deste.Nesse cálculo, não se esqueça de levar em conta os gastos habituais do negócio. Faça simulações com diversas possibilidades de pagamento. De posse do valor que melhor se adequará a seu fluxo de caixa, agende reuniões com os credores e prepare-se para as negociações.

4. Procure os fornecedores
O processo deve priorizar os itens com impacto mais imediato na operação do negócio — dívidas com concessionárias de energia elétrica ou telefonia, por exemplo. Seja claro com os credores, apresentando a situação atual e mostrando qual é o seu plano para equilibrar as contas. Dessa maneira, poderá conquistar a confiança da outra parte, que tem interesse em ver os débitos saldados. “Pelos relatos que ouço dos empreendedores, oito entre dez fornecedores aceitam renegociar para manter o cliente”, diz João Carlos Natal, consultor do Sebrae-SP. Não se esqueça de fazer uma pesquisa no mercado, verificando os valores praticados por fornecedores concorrentes.Com esses dados na mão, fica mais fácil conseguir uma redução nos preços.

5. Converse com os bancos
Aqui também vale a regra da transparência: exponha o cenário e a presente um planejamento viável para resolver o problema. Considerando as necessidades do negócio, diga de maneira clara quanto pode pagar e em quanto tempo. A partir daí, tente negociar parcelas menores e taxas mais baixas. “É fundamental levar dados confiáveis para a mesa de negociação. Os bancos consideram a falta de informações um dos principais entraves para o financiamento de pequenas e médias”, diz Dariane Castanheira, professora e consultora do ProCed-FIA (Programa de Capacitação da Empresa em Desenvolvimento daFundação Instituto de Administração). Dependendo da sua situação, pode valer a pena concentrar todas as dívidas em uma única instituição.

6. Busque uma conciliação
Uma alternativa para quem procura uma solução capaz de atender as duas partes é buscar um mecanismo de conciliação como o Pace (Posto Avançado de Conciliação Extraprocessual). Resultado de uma parceria entre o Sebrae e a CACB (Confederação das Associações Comerciais do Brasil), os Paces instalados em seis estados brasileiros atuam para estabelecer acordos entre credores e devedores, gratuitamente e sem a obrigatoriedade de advogados. Embora tenham sido pensados originalmente para empresas menores, eles podem ser acionados por negócios de qualquer porte.As audiências Contam com a presença de um conciliador capacita do pelo Tribunal de Justiça de São Paulo — os acordos têm força de sentença judicial.

7. Elimine o desperdício
Controlar custos deve ser uma preocupação constante em qualquer empresa. No caso daquelas com dívidas, é uma questão de vida ou morte. Em um primeiro momento, foque nos desperdícios, como equipamentos utilizados indevidamente ou pacotes de serviços com preços desatualizados. Depois parta para reduções nos gastos com materiais, eletricidade e contas telefônicas. Por fim, avalie a possibilidade de fazer demissões — sempre levando em conta que a medida pode provocar queda de produtividade. Uma alternativa para diminuir as despesas é abrir mão da sede própria e se instalarem um imóvel alugado. Com isso, além da entrada de capital, serão reduzidos os custos com manutenção e tributos. Se o aluguel ainda for uma opção cara, pode-se pensar em escritórios virtuais ou espaços de coworking.

8. Associe-se aos concorrentes
Considere parcerias, seja para a terceirização de etapas produtivas ou processos operacionais, seja para logística e distribuição. Também é possível fazer compras conjuntas de insumos, matérias-primas e serviços, e dessa maneira ganhar poder de barganha na hora de negociar preços e prazos. Outras associações podem ocorrer nas áreas de treinamento, pesquisa e ações de marketing.

9. Aumente a receita
É um bom momento para reavaliar o plano de negócio se discutir maneiras de incrementar o faturamento. Pode ser o caso de diversificar a produção, lançando artigos, ou então buscar novos mercados para os seus produtos e serviços. Em determinados casos, pode ser interessante vender um bem próprio (carro, apartamento na praia) para investir na empresa. Se houver necessidade de recursos adicionais, uma opção são as linhas de crédito que operam com recursos públicos, como o Proger e o Cartão BNDES.

10. Limpe seu nome
Após solucionar as pendências com os credores, solicite a documentação referente a esse acerto das contas. Caso tenham ocorrido protestos de títulos ou devolução de cheques por insuficiência de recursos, será necessário requerer que cartórios e bancos excluam de seus cadastros informações referentes aos débitos já solucionados. Muitas vezes, essas informações são colocadas também em bancos de dados referentes a crédito, como o da Serasa Experian. Cabe aos cartórios, bancos e instituições credoras solicitar a sua exclusão depois da confirmação do pagamento da dívida. A retirada do nome da lista leva cerca de cinco dias.

11. Procure Ajuda Técnica Especializada
Se você é uma pequena ou média empresa e  além da gestão também precisa dar atenção ao processo interno de seu produto ou serviço, talvez o tempo dedicado para cumprir as etapas descritas possa levar mais tempo, o que pode acarretar em custos que podem ser evitados se houver assessoria de um especialista em finanças. Consultoria, seja para acompanhamento de indicadores financeiros ou na área técnica da prestação de serviço ou de melhorias nos processos de produção facilitam e aceleram a evolução do negócio, pois dedicam profissionais com know-how para sugerir tomadas de decisão assertivas e baseadas em metodologia. É recomendado que ela acompanhe toda a vida da empresa: não apenas nos momentos de crise, mas para fechar o ciclo de melhoria contínua e  orientar a gestão para o empreendedor.

O perfil das micro e pequenas empresas brasileiras

Planejamento

As mudanças que temos vivenciado no país, no contexto das políticas em favor dos pequenos negócios, têm proporcionado uma verdadeira revolução no ambiente desses microempreendimentos, e entre as ações que vêm impactando positivamente o pequeno negócio podemos citar a criação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, em 2006, a implantação do MEI (Microempreendedor Individual), em 2009, e a ampliação dos limites de faturamento do Simples Nacional, em 2012.

Por Rosival Fagundes, via Portal Administradores

No Brasil, nos últimos anos, temos visto um forte aumento na criação de novas empresas e de optantes pelo Simples Nacional, regime fiscal diferenciado e favorável aos pequenos negócios. Em dezembro de 2012, havia 7,1 milhões de empresas registradas nesse regime. Este número ficou 26% acima do verificado em dezembro do ano anterior. Em 2011, a expansão já havia sido de quase 30%. As mudanças que temos vivenciado no país, no contexto das políticas em favor dos pequenos negócios, têm proporcionado uma verdadeira revolução no ambiente desses microempreendimentos, e entre as ações que vêm impactando positivamente o pequeno negócio podemos citar a criação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, em 2006, a implantação do MEI (Microempreendedor Individual), em 2009, e a ampliação dos limites de faturamento do Simples Nacional, em 2012.

A micro e pequena empresa no Brasil é conceituada com base nos critérios da legislação vigente, a Lei Geral da Pequena Empresa, que estabelece limites de faturamento bruto anual: I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que fature, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que fature, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) (http://www.sebrae.com.br).

Segundo estudos do Sebrae (2011), a criação anual de negócios formais no Brasil é de mais de 1,2 milhões de novos empreendimentos formais, e a maioria absoluta são pequenos negócios. A criação de novas empresas vem ganhando impulso em todo o território nacional, e com isso amplia-se também a responsabilidade dos órgãos de apoio, do acesso ao crédito e serviços financeiros, no sentido de viabilizar sua sustentabilidade ao longo prazo.

Características dos empreendedores no Brasil: GEM-2012 Desde o ano 2000 o Brasil participa da Pesquisa GEM – Global Entrepreneurship Monitor , pesquisa de âmbito mundial, iniciada em 1999 por duas instituições: Babson College e London Business School. No Brasil, a pesquisa é conduzida pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), e conta com a parceria técnica e financeira do Sebrae.

Em 2011 o GEM passou a contar com o apoio técnico do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas, e, em 2012, o GEM Brasil entrou em uma nova etapa, com o aumento significativo da amostra pesquisada, de forma a não só melhorar as estimativas no nível nacional como também permitir análises regionais. No ano de 2012, a pesquisa do GEM contou com a participação de 69 países nas duas principais etapas da pesquisa: o levantamento de dados junto à população com idade entre 18 e 64 anos, e a obtenção de opiniões de especialistas sobre as condições existentes nos países para o desenvolvimento de novos negócios. No Brasil, foram entrevistados 10.000 indivíduos entre 18 e 64 anos, representativos da população brasileira nessa faixa etária e residentes nas cinco regiões do país (2.000 entrevistados em cada uma das regiões).

Adicionalmente, foram entrevistados 87 especialistas de diversos segmentos da sociedade brasileira. Entende-se como empreendedorismo qualquer tentativa de criação de um novo empreendimento, uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente (GEM 2012).

A pesquisa citada analisou uma série de informações que permitem caracterizar os empreendimentos, como novidade dos produtos ou serviços, concorrência, orientação internacional, expectativa de criação de ocupações para os próximos cinco anos e idade da tecnologia/processos. Tais informações podem ser utilizadas para avaliar o grau de inovação dos negócios, pois, de certa forma, quanto mais os empreendimentos oferecem produtos e serviços que são considerados novos, possuem poucos concorrentes, têm orientação internacional, esperam criar muitas ocupações e utilizam tecnologias mais novas, maior é a probabilidade de serem empreendimentos mais inovadores.

Para os empreendimentos iniciais, os resultados são bastantes conservadores: a grande maioria dos negócios (98,9%) lida com conhecimento que ninguém considera novo; a orientação internacional é baixíssima (0,8% possui consumidores no exterior); e todos os entrevistados afirmaram que a idade da tecnologia ou processos é superior a cinco anos. Além disso, 43,2% dos microempreendedores não esperam criar ocupações nos próximos cinco anos. Para os empreendedores estabelecidos, a situação ainda é menos favorável, se comparados com os empreendedores iniciais. A

s características do dinamismo recente da economia brasileira, centrado, em parte, no aumento do consumo de massa, com redução dos níveis de pobreza, melhor distribuição de renda e expansão das bases dos mercados, contribuíram para o aumento desse tipo de empreendimento pouco inovador, com baixa inserção internacional e tecnologias ou processos superiores a cinco anos.

De acordo com José Carlos Assis Dornelas (2008), o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados. Dornelas (2008) aborda ainda os seguintes aspectos encontrados na figura do empreendedor: o indivíduo tem iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz; utiliza os recursos disponíveis de forma criativa, transformado o ambiente social e econômico onde vive; aceita assumir os riscos calculados e a possibilidade de fracassar.

Na metodologia do GEM existe uma tipologia de empreendedores: o empreendedor de oportunidade, o indivíduo que é motivado a empreender, pela percepção de uma oportunidade ou um nicho de mercado pouco explorado; e o empreendedor de necessidade, o indivíduo que é motivado a empreender quando não tem alternativa razoável de ocupação e renda. Na pesquisa (GEM 2012), os principais pontos destacados foram: a proporção de empreendedores por oportunidade é maior entre os empreendedores homens (73,9%) do que entre as mulheres empreendedoras (64,5%); a proporção de empreendedores por oportunidade é maior entre os empreendedores mais jovens. Como era de se esperar, quanto maior o grau de escolaridade, maior é a proporção de empreendedores por oportunidade. Os maiores percentuais de empreendedores por oportunidade encontram-se nas menores faixas de renda.

Sobre essa constatação, que inicialmente gera certa surpresa, podemos levantar a hipótese de que, dadas as condições recentes de dinamismo do mercado interno da economia brasileira, a taxa de empreendedorismo por oportunidade é elevada, mesmo em faixas de renda relativamente baixas. Além disso, devemos observar que o limite superior da faixa de até 3 salários mínimos e a faixa de 3 a 6 salários mínimos significam rendimentos que não são tão pequenos, quando comparados com a renda média dos ocupados no Brasil.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2011 o rendimento médio do trabalho principal das pessoas de 16 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência e em trabalhos formais e informais, foi de R$ 1.311,56 (IBGE. Síntese dos Indicadores Sociais 2012).

Como saber que é a hora certa do seu negócio crescer?

Sem querer ser muito generalista, mas já sendo, existem dois grandes tipos de empreendedores: os que querem apenas garantir o sustento da sua família e os que querem mudar o mundo.

Na prática, não existe um tipo melhor que o outro, vai muito do perfil de cada um. Enquanto empreendedores visionários criam grandes inovações, os chamados “empreendedores de estilo de vida” são responsáveis diretos pelo desenvolvimento de suas regiões.

Porém, apesar do objetivo final ser bastante diferente, esses dois tipos possuem uma característica em comum: ambos precisam tomar muito cuidado para não darem um passo maior que a perna.

No caso de empreendedores visionários, normalmente o projeto é tão grande que atrai investidores, dispostos a dividir o risco do empreendimento. Por um lado, os investidores reduzem consideravelmente o risco pessoal do empreendedor, por outro a pressão por resultados e crescimento é muito maior.

Pelo lado dos empreendedores de estilo de vida, não há tanta cobrança por um crescimento tão acelerado. Em compensação, a cada nova expansão o empreendedor arrisca diretamente seu patrimônio e, consequentemente, o bem estar da sua família.

Ou seja, nos dois casos é fundamental fazer um excelente planejamento antes de fazer investimentos muito pesados na empresa. Em termos gerais, investir no crescimento da empresa significa aumentar o orçamento de marketing, contratar e treinar mais pessoas, aumentar o espaço físico da empresa e comprar novos equipamentos.

Todo esse investimento só é válido em uma situação: contribuir diretamente para o aumento da receita, seja através de um maior número de clientes ou da entrega de mais serviços para os mesmos clientes.

O grande ponto é que toda vez que falamos sobre aumento de receita, existe uma pergunta fundamental que precisa ser feita antes de investir em estrutura que suporte esse crescimento: existe demanda para isso?

É justamente aí que empreendedores erram, ao fazer investimentos prevendo uma grande demanda que depois fica provada que não era tão grande assim. Por isso, a questão mais importante para o empreendedor que está pensando em investir no crescimento é começar pequeno, testar aos poucos a demanda e só então, quando comprovada, aumentar a quantidade de capital investido.

Se você quer crescer, primeiro bote o pé no água para ver se ela está morna, só depois faça o seu mergulho.

Millor Machado é empreendedor, sócio-fundador da rede social Empreendemia e escreve o blog Saia do LugarEnvie suas dúvidas com a palavra empreendedor no assunto da mensagem para examecanalpme@abril.com.br

Novas perspectivas para geração de receitas

Veja como a tecnologia de grafos pode ajudar a sua empresa a ser mais eficiente e rentável

Daniel Lázaro

Seria possível passear por toda uma cidade cruzando cada uma de suas pontes apenas uma vez? A teoria dos grafos remonta a 1735, quando Leonard Euler resolveu o problema das Sete Pontes de Königsberg através de um desenho composto por nós e relacionamentos, respondendo então à ilustre pergunta.

Essa teoria, acreditem, vem sendo aplicada para armazenamento e gestão de dados, pois se trata de uma maneira muito intuitiva para representar as relações entre dados. As tecnologias tradicionais são adequadas para se trabalhar dados “tabulares”. Mas, surpreendentemente – ou talvez nem tanto – boa parte do mundo real não é uma tabela. As situações podem ficar realmente complexas ao se transformar, por exemplo, um sistema biológico, uma rede social ou a web em um arranjo de tabelas. Um relacionamento entre amigos que compram alguns artigos em uma loja de departamentos, pode ser descrito por grafos.

Alguns dos mais conhecidos usos de grafos incluem o Knowledge Graph do Google, Social Graph do Facebook e o Interest Graph do Twitter. Vale ressaltar que essas ferramentas não são apenas para os pesquisadores ou grandes empresas de Internet, seu uso comercial vem despontando, como:

• Gestão de Rede e de Nuvem: Empresas de telefonia utilizam bancos de dados de grafos para modelar suas redes, o que oferece suporte às atividades de otimização de rede e conduz análises “what if” de falhas em elementos de rede, melhorando a qualidade do serviço e reduzindo custos de operação:

• Segurança e Controle de Acesso: O Creative Cloud da Adobe utiliza um banco de dados de grafos para gerenciar o acesso ao conteúdo e as relações entre os usuários, grupos, ativos e coleções.

• Descoberta Social: Criamos conexões no Facebook por diversos motivos, contudo, raramente fazemos amizade com pessoas estranhas sendo motivados por um interesse comum em produtos e serviços.

o A empresa Passo 2 está mudando e melhorando a experiência de compras enquanto promove a descoberta social: permite que os usuários sigam individualmente os produtos e categorias de produtos e receba atualizações diretamente em seus feeds de notícias. Melhor ainda, a ferramenta “seguir um revisor” permite que as pessoas se inscrevam para revisões de produtos avaliados por indivíduos com preferências similares.

o Existe um componente social, e tudo é opt in, sendo também uma oportunidade de marketing com potencial de aumentar diretamente a receita. Esta empresa utiliza os grafos de interesse para fazer recomendações aos usuários, que por sua vez, estão se conectando de forma autêntica, baseada em interesses reais.

• Personalização: Desde que o Facebook lançou o Open Graph , as marcas e os varejistas passaram a ter oportunidades únicas de aprender sobre os interesses de seus clientes e usar essa informação para entregar experiências mais atraentes e personalizadas.

o A Amazon.com é um dos melhores exemplos de empresas que atualmente utilizam a personalização baseada em grafos. Quando um cliente se autentica, seus dados são carregados pelo sistema, que passa a sugerir produtos de acordo com o perfil de compras.

o Comparando este processo à moda antiga – porém já inovadora de recomendações, quando a Amazon sugeria produtos com base no seu perfil de compras: caso um cliente tivesse comprado um livro sobre golfe para seu irmão e um perfume para sua esposa? As recomendações com base nessas informações não seriam muito relevantes.

o Todos esses pontos são aperfeiçoados com a abordagem de grafos. A Amazon pode garantir que a primeira coisa que os usuários verão são opções profundamente conectadas com suas preferências pessoais. É uma sacada inteligente para manter os usuários no site, aumentar a probabilidade de compra e gerar mais receita de curto e longo prazo.

As complexidades e as dinâmicas do mundo real demandam novas abordagens. Isto é verdadeiro já que o mundo está se movendo na velocidade da web e todos estão correndo para chegar à frente dos concorrentes.

Processos complexos e intrincados como o comportamento humano, bem como sistemas dinâmicos interligados, tais como aqueles encontrados na natureza e na web, tendem a ser menos estáticos e previsíveis, tornando-se candidatos ideais para tecnologias de grafos, lembrando que as maiores oportunidades de geração de receita com esta tecnologia ainda não foram sequer inventadas.

Excelência da gestão: o desafio das MPEs

1375124384_industryAtualmente responsáveis por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e por 54% dos empregos formais, as MPEs dependem de sua capacidade de estruturar uma gestão eficaz e competir no mercado para reagir às transformações globais e garantir sua perenidade

Para manterem-se atualizadas e aproveitar as oportunidades que o mercado oferece, quase que diariamente, as micro e pequenas empresas (MPE) enfrentam o desafio de adotar atividades inovadoras, suprir as necessidades dos clientes, reter talentos, implementar processos e melhorar sua competitividade. Mas nenhuma ação isolada é suficiente para o sucesso da gestão, se a organização não internalizar a cultura da busca pela excelência.

Como forma de sensibilizar e incentivar esse processo, a Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) dissemina o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), que tem como base os fundamentos e critérios de excelência. Com a adoção do Modelo, as empresas passam a ter uma visão sistêmica da sua gestão, por meio da análise e implementação constante de oito critérios (Liderança, Estratégias e Planos, Clientes, Sociedade, Informações e Conhecimento, Pessoas, Processos e Resultados). Para trazer esses conceitos à realidade das MPEs, a instituição promove, periodicamente, a atualização e adaptação de tais critérios para auxiliar organizações de todos os setores a percorrer esse caminho.

Mais do que apresentar conceitos de alinhamento e estruturação dos componentes da gestão, o uso do Modelo possibilita às MPEs o exercício da autoavaliação e a implantação de um programa de busca pela excelência, o que aumenta a competitividade da empresa, melhora o clima organizacional, eleva o desempenho financeiro e, principalmente, estabelece uma sistemática eficiente de gestão dos seus clientes. Além disso, as MPEs alinhadas aos critérios e fundamentos de excelência tornam-se mais bem preparadas para superar os desafios e se adaptar às mudanças complexas que afetam o mundo corporativo.

De acordo com um estudo feito pela consultoria Mckinsey e replicado no Brasil pela Omni Marketing, a pedido da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), os negócios e a gestão das organizações devem ser impactados, nos próximos anos, por cinco forças globais de transformações.

Consideradas as maiores tensões e oportunidades para inovações, tais forças contemplam o crescimento de mercados emergentes; as alterações demográficas, a sociedade e a produtividade do trabalho; o fluxo global de produtos, informações e capital; as mudanças climáticas e a sustentabilidade; além do crescimento do papel dos governos nas economias e na sustentabilidade ambiental e social.

Diante desse cenário de incertezas e constantes transformações globais, estruturar a gestão da empresa e se antecipar a essas mudanças passa a ser primordial para que as MPEs tenham visão de futuro e saibam identificar seus pontos fortes e oportunidades de melhoria, de forma a melhorarem a administração do negócio e se tornarem mais competitivas.

Gerir bem o negócio é, enfim, essencial à sobrevivência das empresas. E, cada vez mais, as MPEs estão conscientes e preocupadas em buscar a excelência da gestão o que se reflete na ampla participação dos micro e pequenos empresários no MPE Brasil – Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, realizado pelo SEBRAE, Movimento Brasil Competitivo (MBC), Gerdau e Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) e que em 2012 bateu recorde de inscrições com quase 80 mil inscritas espalhadas por todo o país e mais de 38 mil autoavaliações preenchidas. Esse aumento mostra que mais de 38 mil empresas receberam um relatório diagnóstico da gestão da sua empresa com pontos fortes e oportunidades de melhoria, tornando-se assim mais capazes de implantar ações eficientes e eficazes, que possam gerar retorno ao negócio e valor para a sociedade.

Atualmente responsáveis por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e por 54% dos empregos formais, as MPEs dependem de sua capacidade de estruturar uma gestão eficaz e competir no mercado para reagir às transformações globais e garantir sua perenidade. Levando isso em conta, a FNQ acredita no potencial dessas organizações para o crescimento econômico do País e aposta na adoção de práticas sistêmicas de gestão das micro e pequenas empresas para ampliar a competitividade e proporcionar mais chances de sucesso.

Jairo Martins18 de setembro de 2013

Os cinco estágios da trajetória de crescimento de uma empresa

5Podemos fazer uma analogia das etapas que uma empresa necessita para crescer e se firmar no mercado ao processo de lançamento de um foguete espacial. O foguete é projetado e construído de forma a passar por vários estágios, dependendo da distância que pretende atingir. Na empresa não é diferente.

Concepção – O foguete nasce para cumprir um objetivo. Do mesmo modo, existe uma razão para uma empresa nascer, um objetivo a cumprir. Uma empresa geralmente não nasce de um planejamento estratégico, mas do sonho de seu fundador. O plano de vôo de uma empresa inicial está na mente do empreendedor, na sua idéia e na sua vontade de fazer atingir o objetivo: levantar, cair, levantar, cair, levantar, continuar, continuar… Esse é o DNA do empreendedor.

Lançamento – Para tirar o foguete do chão, muito pesado devido ao combustível que carrega, é necessário fugir da força da gravidade que o puxa para baixo, o que exige muita potência nos motores. O empreendedor é o executor das tarefas operacionais nessa fase. É o motor principal para impulsionar a empresa para o alto. Necessita fazer muita força para fazer a empresa sair do chão.

Especialização – Uma fase muito difícil e crítica antes de atingir a maioridade empresarial. Da mesma forma que o foguete que abandona os motores e os tanques de combustíveis porque não são mais necessários, o empreendedor precisa abandonar as tarefas operacionais e delegar tarefas. Isso exige uma mudança de postura interior. Trabalhar com mais pessoas, direcionar as pessoas para o mesmo objetivo. Novos departamentos, novas funções, o que leva a  ter que compartilhar tarefas, delegar poderes.  É a transformação de empreendedor para administrador.

Maioridade – Já não é necessário empregar sua força fisica, mas buscar sabedoria. Ser mais estrategista do que empreendedor, aprender a lidar com os novos termos como planejamento estratégico, plano de negócios, etc. O obstáculo a superar neste estágio  é muitas vezes mais difícil de transpor do que as dificuldades enfrentadas nos estágios anteriores. Para o foguete é aquela fase onde fica estacionado, em órbita por vários anos e chega o momento de decidir se continua sua missão ou não. Se quiser continuar necessita acionar novos motores.

Continuidade ou queda – Pode ser o último estágio, ou não. Muito provavelmente a empresa já não depende das decisões do empreendedor inicial. Pode ser o fim da linha com queda ou pode ficar vagando perdido pelo espaço por algum tempo pela força inercial ou continuar avançando… Parar ou seguir em frente depende unica e exclusivamente dos objetivos que se pretende atingir.

Precisamos entender que o empresário, assim como o foguete, precisa de um plano de vôo. O foguete é construído para agir de forma adequada a cada estágio: no lançamento com muita força e da especialização em diante com forças direcionais específicas. Um dos erros que vejo é que as pessoas em geral não percebem as novas habilidades que são exigidas de acordo com cada estágio de crescimento. Isto vale para os proprietários e para os funcionários.

As pessoas são os componentes principais de uma empresa e elas precisam crescer individualmente para poder continuar sendo parte do negócio. Vejo com tristeza que as pessoas que iniciaram a empresa comigo, e que hoje deveriam estar juntos colhendo os frutos do crescimento, não estão mais aqui porque não se prepararam para exercer novas funções que surgiram com o decorrer do tempo.

O crescimento individual das pessoas é o que faz a empresa crescer. Os empreendedores e os seus funcionários precisam caminhar um passo a frente do estágio atual da empresa para poder eleva-lá sempre um degrau acima. O aumento do capital intelectual e do conhecimento são os investimentos fundamentais para o crescimento empresarial. Só assim é possível cumprir sua missão, assim como um foguete.

Orlando Norio19 de agosto de 2013

Faturamento das MPEs de São Paulo sobe 3,6% no primeiro semestre

1376938002_industryO faturamento real das MPEs (micro e pequenas empresas) do estado de São Paulo apresentou aumento de 3,6% no primeiro semestre de 2013 em relação ao mesmo período de 2012 (já descontada a inflação).

O resultado foi positivo, mas mostra desaceleração no ritmo de crescimento da receita. Nos primeiros seis meses de 2012, o avanço havia sido de 7,6% na comparação com igual intervalo de 2011. Os dados são da pesquisa Indicadores Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e à Pequena Empresa de São Paulo).

De janeiro a junho deste ano, as MPEs faturaram R$ 268,6 bilhões, R$ 9,3 bilhões a mais do que no primeiro semestre de 2012. Só em junho, a receita foi de R$ 43,5 bilhões, R$ 912 milhões acima da de junho de 2012, o que configura alta de 2,1%. Em relação a maio, houve queda de R$ 4 bilhões (-8,4%).

“A desaceleração no primeiro semestre pode ser explicada pelo ritmo mais modesto de crescimento da atividade econômica em 2013 e pelas incertezas do setor, como a desvalorização cambial e o aumento da inflação, que afetam a situação dos pequenos negócios”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

Por setores, o comércio apresentou o melhor resultado no semestre, com crescimento de 4,9% ante igual período de 2012.

O setor de serviços elevou seu faturamento em 2,8% e a indústria, em 1,4%. “O resultado mais modesto da indústria é consequência dos problemas de competitividade da economia brasileira”, completa Caetano.

Na análise por regiões, o ABC registrou aumento de 11,5% no faturamento do semestre. A cidade de São Paulo teve alta de 6,5% no indicador. A região metropolitana de São Paulo e o interior apresentaram elevação de 5,3% e 1,8%, respectivamente.

“Se considerarmos apenas junho, o índice de faturamento representa o melhor resultado para o mês desde 2001, o que se deve, em grande parte, ao bom nível de consumo no mercado interno, o que mantém o desempenho dos pequenos negócios em nível relativamente elevado”, explica o consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves.

A maioria (55%) dos donos de micro e pequenas empresas espera estabilidade no faturamento da sua empresa nos próximos seis meses. Em julho de 2013, os que acreditavam em melhora no faturamento eram 26%, uma queda ante julho de 2012, quando 32% previam crescimento na receita.

Quanto ao nível de atividade da economia, 49% dos empresários falam em manutenção. Em julho de 2012, esse grupo representava 53% do total. Mas a maior variação ocorreu na opinião dos que esperam piora: eram 10% em julho de 2012 e agora são 21%.

Na opinião de Caetano, essa mudança nas expectativas dos empreendedores acompanha a perspectiva dos economistas.

“Houve aumento do pessimismo dos analistas de mercado em relação à economia do País; a expectativa de crescimento do PIB, detectada pelo levantamento do Banco Central, caiu de 3,3% em janeiro para 2,24% atualmente”, diz Caetano.

De acordo com o diretor-superintendente do Sebrae-SP, junho de 2013 ficou marcado pelo aumento das incertezas na economia brasileira devido à desvalorização cambial e das manifestações populares. Caetano lembra que a desvalorização faz com que produtos cotados em dólar fiquem mais caros em real, podendo impactar na inflação.

O consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves completa ressaltando a importância de que a inflação se mantenha sob controle. “O controle da inflação contribui para a manutenção do poder de compra da população, favorecendo o consumo interno, que é o principal mercado das MPEs”

9 dicas para gerenciar o stress financeiro

1-semana-de-agostoCaro leitor, às vezes a vida é cruel com os empreendedores.

Na realidade não basta sambar conforme a música diante do rolo compressor da burocracia regulamentar e nem mesmo encarar pontualmente a massacrante tributação.

Sim, é preciso lidar com tudo isso e ainda ser economicamente viável.
Neste contexto, honrar compromissos e crescer com solidez sem se tornar uma fábrica de contingenciamentos não é tarefa para qualquer um, mas é indispensável para quem quer valorizar a empresa ao longo de sua existência.

Contudo, em meio a essa trajetória, situações mais ou menos agudas irão se revezar testando implacavelmente a capacidade de gestão do empresário.

E diante desse revezamento, quando o bastão estiver sob o signo do stress financeiro, algumas medidas objetivas podem ajudar. Vamos lá:

  1. Dedique foco especial para as negociações e oportunidades que podem trazer resultado no curtíssimo prazo. Não se trata de abandonar planejamentos de médio e longo prazo, mas em cenários adversos, fazer dinheiro rápido é essencial;
  2. Ajuste com rigor o seu planejamento, com uma modulação dedicada ao curto prazo, evitando que ao correr atrás de resultados imediatos, novas e mais sérias complicações venham a surgir;
  3. Afine o modelo de gestão e o processo decisório, nessa hora velocidade é fundamental e o modelo vertical (sem abdicar do bom senso) passa a ser o mais recomendável;
  4. Negocie de forma planejada com fornecedores e ao menos tente encurtar o prazo de recebimento;
  5. Ajuste os custos, doa  aquém doer (demita, se necessário for, mas não sem alguma orientação de um advogado trabalhista). Corte tudo aquilo que pode ser dispensável;
  6. Ajuste os processos para obter melhor economia de escala;
  7. Esteja disposto a dar cambalhotas para fugir do cheque especial ou da conta garantida (o chamado capital de giro oneroso), essas modalidades constroem covas mais rápido do que uma escavadeira;
  8. Envolva toda a equipe no processo de recuperação;
  9. Atue com máxima disciplina.

É muito provável que ao final da turbulência, consiga não apenas evitar um contexto pré-falimentar, mas voltar a tona com uma empresa mais forte e melhor preparada para uma boa e consistente fase de crescimento.

Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial

Afif: desoneração de microempresas é ”questão de lógica”

1375124334_coinsO ministro da Secretaria de Micro e Pequenas Empresas, Guilherme Afif Domingos, afirmou na sexta-feira (19 acreditar que o Congresso irá pedir por desonerações para as micro e pequenas empresas. “É uma questão lógica, não é desoneração, é você dar um tratamento equânime, um tratamento justo”, afirmou.

Segundo Afif, mesmo com a afirmação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo não concederá mais desonerações, isso não se encaixaria à realidade das micro e pequenas empresas. “As desonerações que foram feitas sempre foram para as empresas de grande porte e agora nós queremos gerar emprego, gerar desenvolvimento, então tem que tirar carga das costas dos pequenos”, afirmou.

O ministro ponderou que a questão da carga tributária para os micro e pequenos empresários é um problema equacionado em função do Simples. “O que precisamos é simplificar o Simples. E eu advogo a ideia de que o tratamento tem que ser pelo porte da empresa e não pelo ramo que ela está. É um ponto fundamental que atinge não só a parte fiscal, mas também a burocrática.” Afif afirmou que a pasta estuda formas de permitir que uma empresa S/A entre no regime simplificado de tributos. “Hoje a empresa S/A não pode entrar no Simples, mas já existe a ideia de criar a S/A Simplificada que poderia entrar”, afirmou.

O ministro rechaçou a ideia de que a elevação da taxa Selic possa prejudicar mais os micro e pequenos empresários. Segundo ele, não houve alta dos juros e sim “uma correção da inflação”. “A taxa de juro real continua bastante baixa no Brasil. Só que nós tivemos um ciclo inflacionário que foi repassado à taxa de juros e será retirado à medida que a inflação mostrar decréscimo como está acontecendo agora”, disse. Segundo ele, a grande dificuldade do setor para ter acesso a recursos é a burocracia e necessidade de garantia. “Não acredito que seja a taxa (de juros)”, afirmou.

Afif disse ainda que a pasta trabalha para tentar adequar a situação das empresas que ultrapassam o teto do Simples de R$ 3,6 milhões e acabam prejudicadas por mudanças tributárias. “É um dos pontos que nós estamos debruçados, mas não encontramos ainda a solução adequada”, afirmou, ressaltando que os dados estatísticos mostram que são poucas as empresas nesse limite.

Ele afirmou ainda que substituição tributária é um dos pontos que mais tem preocupado os micro e pequenos empresários. “Os governos estaduais foram na indústria antecipar a arrecadação com a alíquota cheia e desrespeitaram a alíquota das micro e pequenas, tirando o seu poder de competitividade”, avaliou. Segundo Afif, esse é um ponto que a pasta vai “mexer pesado”. “Vai criar uma grande grita, mas nós vamos enfrentar”, avisou.

Ag. Estado

Inadimplência preocupa micro e pequena indústria

1375124384_industryPesquisa do (Simpi) Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, realizada pelo Instituto Datafolha, em junho, revela que a inadimplência no segmento continua preocupante no segmento, que engloba a atividade de 200 mil empresas. A maioria (57%) acha que a inadimplência ficará como está, 23% dizem que vai aumentar e 5% que irá diminuir em julho. “Nosso segmento pede uma política de crédito mais adequada, além de atenção do governo para a concorrência desleal que sofremos de produtos do exterior”, comenta o presidente do Simpi, Joseph Couri.

Os indicadores mensais de atividades do setor estão disponíveis do site do Simpi – www.simpi.org.br