Afif: desoneração de microempresas é ”questão de lógica”

1375124334_coinsO ministro da Secretaria de Micro e Pequenas Empresas, Guilherme Afif Domingos, afirmou na sexta-feira (19 acreditar que o Congresso irá pedir por desonerações para as micro e pequenas empresas. “É uma questão lógica, não é desoneração, é você dar um tratamento equânime, um tratamento justo”, afirmou.

Segundo Afif, mesmo com a afirmação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo não concederá mais desonerações, isso não se encaixaria à realidade das micro e pequenas empresas. “As desonerações que foram feitas sempre foram para as empresas de grande porte e agora nós queremos gerar emprego, gerar desenvolvimento, então tem que tirar carga das costas dos pequenos”, afirmou.

O ministro ponderou que a questão da carga tributária para os micro e pequenos empresários é um problema equacionado em função do Simples. “O que precisamos é simplificar o Simples. E eu advogo a ideia de que o tratamento tem que ser pelo porte da empresa e não pelo ramo que ela está. É um ponto fundamental que atinge não só a parte fiscal, mas também a burocrática.” Afif afirmou que a pasta estuda formas de permitir que uma empresa S/A entre no regime simplificado de tributos. “Hoje a empresa S/A não pode entrar no Simples, mas já existe a ideia de criar a S/A Simplificada que poderia entrar”, afirmou.

O ministro rechaçou a ideia de que a elevação da taxa Selic possa prejudicar mais os micro e pequenos empresários. Segundo ele, não houve alta dos juros e sim “uma correção da inflação”. “A taxa de juro real continua bastante baixa no Brasil. Só que nós tivemos um ciclo inflacionário que foi repassado à taxa de juros e será retirado à medida que a inflação mostrar decréscimo como está acontecendo agora”, disse. Segundo ele, a grande dificuldade do setor para ter acesso a recursos é a burocracia e necessidade de garantia. “Não acredito que seja a taxa (de juros)”, afirmou.

Afif disse ainda que a pasta trabalha para tentar adequar a situação das empresas que ultrapassam o teto do Simples de R$ 3,6 milhões e acabam prejudicadas por mudanças tributárias. “É um dos pontos que nós estamos debruçados, mas não encontramos ainda a solução adequada”, afirmou, ressaltando que os dados estatísticos mostram que são poucas as empresas nesse limite.

Ele afirmou ainda que substituição tributária é um dos pontos que mais tem preocupado os micro e pequenos empresários. “Os governos estaduais foram na indústria antecipar a arrecadação com a alíquota cheia e desrespeitaram a alíquota das micro e pequenas, tirando o seu poder de competitividade”, avaliou. Segundo Afif, esse é um ponto que a pasta vai “mexer pesado”. “Vai criar uma grande grita, mas nós vamos enfrentar”, avisou.

Ag. Estado

Inadimplência preocupa micro e pequena indústria

1375124384_industryPesquisa do (Simpi) Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo, realizada pelo Instituto Datafolha, em junho, revela que a inadimplência no segmento continua preocupante no segmento, que engloba a atividade de 200 mil empresas. A maioria (57%) acha que a inadimplência ficará como está, 23% dizem que vai aumentar e 5% que irá diminuir em julho. “Nosso segmento pede uma política de crédito mais adequada, além de atenção do governo para a concorrência desleal que sofremos de produtos do exterior”, comenta o presidente do Simpi, Joseph Couri.

Os indicadores mensais de atividades do setor estão disponíveis do site do Simpi – www.simpi.org.br

O mito da consultoria para empresas que estão mal das pernas

arteUm dos principais mitos diz que somente as empresas com a área financeira prejudicada contratam consultorias

O Brasil é um país com um grande número de empreendedores e, exatamente por este motivo, é necessário que alguns mitos corporativos sejam esclarecidos para não induzir o empreendedor iniciante ou um empresário sem experiência ao erro. Um dos principais mitos diz que somente as empresas com a área financeira prejudicada contratam consultorias. No entanto, se a empresa está mal das pernas deveria ter procurado a consultoria empresarial antes.

O principal motivo que leva uma organização a buscar este tipo de serviço é, sobretudo, o ganho de eficiência em sua atividade. De maneira menos abrangente, podemos dizer que o intuito é aumentar as vendas e a lucratividade, reduzir custos e aperfeiçoar os processos. Além disso, também é recomendada em casos de expansão, quando uma nova unidade é aberta ou na elaboração de um novo plano estratégico. Ou seja, esse serviço é contratado por aquelas que têm mais visão de mercado e querem crescer, não pelas que estão falindo.

Além do mais, essas empresas estão assim exatamente por não terem recorrido à consultoria. Muitos têm preconceito e entendem esse serviço como despesa e não como investimento. Hoje, a maioria dos que passaram por uma consultoria estão bem financeiramente e 90% deles já estavam quando procuraram orientação. Isso mostra que o empresário que procura o serviço é justamente aquele que tem mais visão de mercado e consegue tocar minimamente seu negócio.

Uma dúvida comum é saber identificar qual o momento ideal para uma consultoria. A estagnação é o indicativo principal, ou seja, quando a empresa deixou de crescer ou tem seu faturamento aumentado de maneira insignificante. O trabalho do consultor ou da equipe de consultores depende da disponibilidade do cliente e do seu objetivo, mas geralmente pode variar entre três e seis meses.

O período é diferente porque cada um dos casos é analisado de forma individual, levando em consideração as particularidades do negócio. Não existe uma ação padrão que resolva os problemas de todas as empresas da mesma maneira. A área de atuação da consultoria também é fator determinante no tempo de trabalho. Isso porque ela pode ser realizada em apenas um dos setores. Obviamente que uma consultoria completa, que vai desde o planejamento estratégico até a estrutura dos processos de operação, é muito mais eficaz. Contudo, é totalmente possível realizar o serviço por etapas.

Talvez a fase mais difícil para consolidar as mudanças planejadas seja a que depende do engajamento dos colaboradores. Por isso, é necessário que o empresário seja transparente com os gestores e apresente o consultor como alguém que veio propor melhorias para o crescimento, e não como uma pessoa que irá propor corte de empregos. Afinal, se as mudanças acontecerem e a empresa crescer, ela vai precisar de mais e não menos funcionários.

Para finalizar, é importante ressaltar que não se pode sentir vergonha de procurar ajuda. Se a empresa realmente estiver mal das pernas, o consultor atuará como um médico, fazendo com que ela se recupere e volte a andar sozinha. Caso ela esteja bem, o profissional agirá como um treinador de maratonista, fazendo com que a instituição corra mais rápido e conquiste posição de destaque no pódio.

Leonardo Zamariola é economista e consultor empresarial do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Educação Corporativa (IBDEC)

5 mitos sobre dinheiro que os empreendedores ainda seguem

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Sem formação adequada, muitas pequenas empresas erram na hora de cuidar do dinheiro

São Paulo – Hoje, três em cada dez pequenas empresas brasileiras não sobrevivem aos dois primeiros anos do negócio, segundo dados recentes do Sebrae. Em parte, a falta de capacidade de gestão é responsável pelo fim de muitos negócios.

Cuidar bem das finanças é essencial para pequenas empresas. Muitas vezes sem uma equipe, o próprio empreendedor assume o papel de gerir e administrar todo o negócio. O problema é que empresas de pequeno porte podem não ter capacitação adequada e os erros recorrentes levam o negócio à falência. Com amadorismo, os empreendedores ainda acreditam em mitos sobre finanças que podem ser fatais ao negócio.

1. Vender mais dará mais lucro

É verdade que aumentar as vendas pode também aumentar os lucros, mas nem sempre isso é verdade. Segundo Maurício Galhardo, da Práxis Business, o lucro acontece quando há controle financeiro e dos gastos. “Se não tem uma margem boa, vender mais significa jogar a empresa no buraco”, diz Galhardo.

2. Falta de lucro é o fim do negócio

O professor de finanças do Insper Angelo Corsetti diz que muitos empresários acreditam que o lucro é o indicador mais importante da saúde do negócio. Mas nem sempre funciona assim. “Uma empresa quebra não é por falta de lucro, é por falta de caixa. Às vezes, o sujeito que é amador imagina que uma empresa não vai quebrar por que tem lucro. Mas quem determinará isso é o fluxo de caixa”, explica Corsetti.

3. Dono deve ter uma retirada mensal

Muitos chamam de pró-labore, outros de participação nos lucros. O importante para muitos empreendedores é fazer uma retirada mensal de dinheiro da empresa.

“Ele tem o direito de tirar o dinheiro todo mês, mas uma pequena empresa nem sempre dá essa condição. Ela pode ter sazonalidade e não fechar no azul. Se o dono não tiver esse controle, ele tira dinheiro e afunda ainda mais o negócio”, afirma Galhardo.

O ideal, segundo ele, é ter um planejamento para saber em quais meses é possível fazer a retirada sem prejudicar o negócio. “Há meses que ele pode tirar duas vezes e outros não. Ele precisa entender o fluxo de caixa da empresa e o pessoal”, diz o consultor.

4. Não há diferença entre contas pessoais e jurídicas

Muitas pessoas ainda acreditam que não há problema em misturar finanças de empresa e pessoais. “Como saber se o negócio está indo bem ou não se tem contas pessoais ali no meio”, questiona Galhardo. Se usar o dinheiro do negócio nas contas pessoais, é preciso registrar o valor, para saber como está o resultado real da empresa.

5. Planejamento é perda de tempo

Um planejamento financeiro bem feito pode exigir tempo e informações do empresário. Por falta de um ou outro, muitos não fazem um planejamento adequado e acabam instalando uma gestão amadora na empresa. A margem de lucratividade, o giro de ativos e a geração operacional de caixa devem ser dados conhecidos do empreendedor que quer expandir. “A empresa precisa crescer, mas tem que crescer de maneira sustentável e lucrativa”, diz Corsetti.

Intenção de consumo das famílias é mais baixa desde 2010

1374278537_agt_familySÃO PAULO – A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 4% em julho deste ano, em relação ao mês anterior, chegando a 124,9 pontos. Trata-se do menor nível já registrado desde início da série em 2010.
Segundo a CNC, a baixa pode ser explicada pelo maior comprometimento da renda devido ao alto endividamento, além dos impactos das manifestações ocorridas nas últimas semanas e menor otimismo quanto ao emprego e a renda.
Na comparação entre julho do ano passado, o ICF recuou 7,7%. “A sustentação de um nível mais elevado de endividamento e inadimplência fez com que a disposição ao consumo se situasse em um patamar inferior ao de junho de 2012”, explica o estudo.
Regiões e renda
Entre as regiões, o Sudeste e Centro-Oeste foram as que apresentaram as maiores quedas na comparação anual, de 12,6% e 0,3%, respectivamente. No confronto mensal, a baixa foi de 6,9% e 1,8%, cada um.
Já o Nordeste recuou 3% no confronto anual e cresceu 0,2% no mensal, enquanto o Sul cresceu 1,3% no ano e recuou 3,7% no mês, enquanto o Norte recuou 0,3% no indicador anual e 2,1% no mensal.
Por corte de renda, as famílias com renda até dez salários mínimos registraram queda mensal no quesito Momento para Duráveis, com variação de -9,0%, enquanto aquelas com renda acima de dez salários mínimos retraíram-se em 9,9%.

Inadimplência cresce 5,6% no 1º semestre, indica Serasa

1374278589_Credit_CardA inadimplência do consumidor cresceu 5,6% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período de 2012, informou nesta quarta-feira (17) a Serasa Experian.
Em junho, a inadimplência teve queda de 4% contra maio e de 3% frente ao mesmo mês de 2012.
Economistas da Serasa afirmam que a queda se deve à maior cautela dos consumidores em relação à sua situação financeira neste primeiro semestre do ano. Eles lembram que a inflação reduziu o poder de compra do consumidor, enquanto as altas dos juros têm penalizado quem utiliza o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito.
“A inadimplência como um todo está perdendo fôlego em decorrência de um conjunto de fatores desfavoráveis ao consumidor, com menos renda e mais juros”, afirmam.
DÍVIDAS
A Serasa informou que dívidas não bancárias, como junto a cartões de créditos, financeiras e prestadoras de serviços, foram as principais responsáveis pelo avanço do indicador neste primeiro semestre, com alta de 12,6%. O valor médio desses débitos caiu 10,9% no período.
O calote nos bancos cresceu 1,3%, enquanto o valor médio das dívidas subiu 5,4%. Já os cheques sem fundos apresentaram queda de 9,4% nos primeiros seis meses do ano e aumento de 10,4% no valor médio das dívidas.
VALOR MÉDIO DAS DÍVIDAS
Modalidades de inadimplência 1º semestre de 2012 1º semestre de 2013 Variação (%)
Dívidas não bancárias R$ 357,68 R$ 318,63 -10,9%
Títulos protestados R$ 1.412,21 R$ 1.381,46 -2,2%
Dívidas com bancos R$ 1.294,59 R$ 1.365,07 5,4%
Cheques sem fundos R$ 1.468,90 R$ 1.621,14 10,4%

Bancos preparam portabilidade eletrônica de crédito

1372386048_bankA portabilidade do crédito entre bancos é hoje um teste de paciência. Um infindável vai-e-vem entre agências, que pode demorar ainda mais dependendo da má vontade de algumas instituições financeiras, torna a migração entre bancos um processo moroso e complicado. Esse estado de coisas pode, entretanto, mudar. Um projeto conjunto entre as instituições financeiras, governo e Banco Central (BC) propõe uma série de medidas para dar cabo dessa lentidão, ao transformar em eletrônica toda a portabilidade de dívida. Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), confirmou ao Valor os planos.

A primeira etapa foi o desenvolvimento de um sistema que fizesse toda a migração de dívida ficar digital. Nele, bastará ao cliente interessado em migrar sua dívida ir ao banco que deseja chamar de seu e pedir a portabilidade. A instituição, então, envia um pedido eletrônico ao banco que está ameaçado de perder o tomador e este tem cinco dias para convencer o cliente a ficar. Passado o prazo, se o cliente insistir na mudança, as dívidas migram automaticamente. Todo esse processo ocorrerá no ambiente da Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), ligada à Febraban.

O sistema está hoje em testes para as modalidades crédito pessoal, financiamento de veículos, crédito imobiliário e crédito consignado e não tem data para entrar em funcionamento, afirmou a Febraban. Vale lembrar que a portabilidade bancária serve apenas para mudanças de taxas. O prazo remanescente, o saldo devedor e o tipo de garantia permanecem os mesmos.

Embora a tecnologia para a portabilidade eletrônica esteja em vias de ser entregue, ainda está em discussão um dos pontos cruciais da “nova” portabilidade. Os bancos e o regulador discutem, por exemplo, se haverá uma espécie de tarifa de “ressarcimento” entre instituições em casos de migração do tomador. Ou seja, se o banco que “roubar” o cliente vai pagar ao que perdeu uma compensação, já que o banco original teve uma série de custos na hora de prospectar esse tomador. Foram gastos com cartórios ou intermediários, por exemplo.

O Valor apurou que a Ernst & Young Terco foi contratada para elaborar um relatório sobre qual é o gasto para se capturar um cliente nas principais modalidades de crédito. Os custos de intermediários (como os “pastinhas” do crédito consignado) e gastos administrativos dos bancos seriam incluídos na conta. Entre os valores preliminares levantados no estudo, o crédito consignado para aposentados custaria R$ 298,00 para ser originado. Já o consignado para outros órgãos custaria R$ 663,00. Procurada, a Ernst & Young não comentou o assunto.

“Esses cálculos deverão ser periodicamente atualizados para o ressarcimento se adaptar a novos cenários”, afirma a Febraban. A entidade compara o acerto de contas ao que ocorre hoje com outros serviços que bancos prestam entre si, como o ressarcimento de cobrança (quando um título em cobrança de um banco é recebido por outro, esta segunda instituição faz o ressarcimento dos custos da cobrança mediante uma tranferência interbancária).

O tomador, porém, pode ficar tranquilo. Há dispositivos legais que impedem que os bancos cobrem taxas de correntistas em casos de portabilidade. Atualmente, há uma série de relatos de instituições que dificultam a migração de clientes. Em agosto do ano passado, por exemplo, o Procon de Minas Gerais conseguiu suspender temporariamente dez bancos de fazerem novas operações de crédito no Estado, depois de denúncias que as instituições estariam dificultando o acesso a documentos necessários à portabilidade de dívida.

Fonte: Valor | Diretoria Executiva da CONTEC

DIPJ 2013: Cuidados para minimizar riscos de multa e prejuízos

1372386074_reportO prazo para a entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) se encerra no próximo dia 28

Paulo Henrique Vaz, Administradores.com, 25 de junho de 2013

Nos últimos anos, houve muitas mudanças no mundo contábil, entre elas, a adoção das normas internacionais de contabilidade (IFRS), o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a Escrituração de Controle Fiscal Contábil de Transição (FCont) e o Regime Tributário de Transição (RTT). Há ainda várias outras inovações tributárias, utilizadas pelas autoridades públicas para a fiscalização e a compilação de informações das empresas de todo o país.

A Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), cujo prazo de entrega se encerra no próximo dia 28 de junho, apresenta um conjunto de informações fiscais e econômicas das entidades empresariais com ou sem fins lucrativos, ou seja, as optantes pelos regimes Lucro Presumido ou Lucro Real e as imunes ou isentas.

 

As informações a incluir na DIPJ são relevantes e de origem diversa. Vão dos dados cadastrais da empresa e dos responsáveis por elas (empresário e contador) até a transcrição dos valores dos tributos federais recolhidos (IRPJ, CSLL e IPI) e números da escrita fiscal, contabilidade, Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), etc.. Transcritas as informações tributárias, passa-se para o preenchimento daquelas relacionadas à conjuntura empresarial: incentivos fiscais, preço de transferência, participações no exterior, demonstrações financeiras e, por fim, as econômicas, gerais e previdenciárias.

 

Um importante alerta aos empresários e profissionais das áreas contábil e tributária: a DIPJ possui alinhamento importante com diversas obrigações acessórias entregues ao Fisco, no aspecto de informações e natureza. Elas são facilmente identificadas no processo de preenchimento das fichas da declaração. Em vários campos, há informações similares às prestadas no Dacon, principalmente em relação a receitas, custos e despesas, a qual possui aderência com as Gias (ICMS), agregando outras informações que não apareciam na Dacon. Estas, por sua vez, possuem forte aderência com as prestadas aos Speds (Contribuições e Contábil), em iguais campos. Nas informações previdenciárias há correlação direta entre as incluídas na DIPJ com as apresentadas na Gfip e Caged. E assim por diante.

 

No processo de elaboração da DIPJ, além da precisão nas informações prestadas, faz-se necessário uma análise sistêmica da declaração com todas as demais apresentadas ao Fisco, para não haver inconsistência. Além de cumprir com os recolhimentos dos tributos, o contribuinte deve apresentar as informações de forma correta e alinhada com as demais declarações, sob pena de receber multa pelas informações incorretas.

 

Para minimizar os riscos de inconsistências, multas e prejuízos, os profissionais envolvidos na elaboração da DIPJ, em conjunto com os gestores da empresa, devem estruturar os procedimentos operacionais e as ferramentas necessárias que possibilitem efetuar uma análise sistêmica de todas as informações fornecidas ao Fisco.

 

Paulo Henrique Vaz, da Contmatic Phoenix, empresa desenvolvedora de softwares administrativos, contábeis e de gestão, é especialista em declarações de imposto de renda para pessoas jurídica e física.

 

Pequenas e médias são 99% das empresas da América Latina

1°-semana-de-julhoPesquisa do banco Santander também mostra que, por outro lado, grau de empreendedorismo é menor que o visto nas economias desenvolvidas.

Por Estadão Conteúdo – 26/06/2013

Metade das micro, pequenas e médias empresas estão na informalidade na região (Foto: Shutterstock)

De acordo com uma pesquisa realizada pelo banco Santander divulgada nesta quarta-feira, 99% das empresas na América Latina estão no segmento das micro, pequenas e médias (PMEs).

Apesar do elevado número, o grau de empreendedorismo na região é menor que o visto nas economias desenvolvidas. Segundo o levantamento, países ricos têm 53,8 empreendimentos de micro, pequeno e médio porte para cada mil habitantes. Na América Latina, o indicador está na metade.

Entre o universo das PMEs latino-americanas, a maioria é composta por microempresas: o segmento responde por 90% dos pequenos e médios negócios. Em seguida, aparecem as pequenas, que são cerca de 8%. Com participação menor, estão as médias, com fatia de 1,5% do mercado, e as que já podem ser consideradas uma “grande PME”, com 0,4% desse universo de empreendedores.

O estudo foi apresentado pelo diretor geral da divisão América do Santander, Javier San Félix, que chamou atenção o fenômeno de diferenciação entre as microempresas “econômicas” e de “subsistência”.

“Um alto porcentual das PMEs da região respondem a um objetivo de autoemprego ou subsistência e não a uma ambição ou potencial de crescimento. Essas PMEs têm uma informalidade ainda maior e o seu desenvolvimento, acesso ao crédito, produtividade e, inclusive, potencial de se manter aberta estão ainda mais comprometidos”, disse o executivo do banco.

Realizado com dados do Banco Mundial, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), o estudo mostrou que cerca de metade das PMEs está na informalidade na região. Apesar dessa situação, a geração de empregos nesse segmento é idêntica à vista nos países ricos: nas duas regiões, dois a cada três trabalhadores são empregados por uma pequena e média empresa.

Outro item apresentado no estudo é que a produtividade das PMEs na América Latina é pequena e gira em torno de 40% da vista nas grandes empresas. A produtividade dos empreendedores latino-americanos também é menor quando comparada com as PMEs dos países ricos: segundo a pesquisa, a produtividade latino-americana é a metade do visto nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Diante desse cenário, Félix disse que “definitivamente há uma grande oportunidade para o crescimento das PME na região”. “Estou convencido de que as PMEs são um instrumento econômico que gera mais emprego, estabilidade, potencial de crescimento e capacidade de adaptação em qualquer país. Por isso, o Santander aposta nesse segmento há muitos anos”, disse.

Félix apresentou o estudo sobre as PMEs durante o XII Encontro Santander América Latina, evento realizado pelo banco espanhol.