Especial é o seu bolso, não o cheque

1380567732_check“Você não fica rico com o que ganha; fica rico com o que poupa.” (Yoshio Teresawa)

Crédito de cheque especial lembra visita de parentes distantes. Eles chegam quase sem avisar para um único final de semana. Como bom anfitrião, você os recebe e os acolhe. Então, eles vão ficando, testando sua hospitalidade, invadindo sua privacidade e desafiando sua paciência.

Quando abrimos conta corrente em um banco, somos impingidos a contratar o produto “cheque especial”. De fato, esta é apenas uma das metas impostas pela área comercial dos bancos ao gerente que o atende.

Solícito, você assina o contrato – em branco, como a maioria dos documentos assinados junto às instituições financeiras –, permitindo a implantação de um limite de crédito. Sem perceber, você acaba de autorizar a instituição a lhe cobrar tarifas periódicas para manutenção deste cheque especial.

Mas o problema surge quando você começa a utilizar, por necessidade ou impulso, o crédito que lhe foi concedido, Quando percebe, está tomando o limite integralmente, como se fosse parte de sua renda. A partir deste momento você incorpora à sua planilha de gastos mensais uma despesa com os juros.

As taxas de juros no cheque especial chegam a atingir o despropósito de até 15% ao mês, o equivalente a 435% ao ano. Um garrote financeiro quando comparado às taxas de inflação em tempos de economia estável, à Selic (a taxa básica de juros da Economia) e ao rendimento da caderneta de poupança.

Se você é correntista de algum banco, com certeza tem o cheque especial como convidado de suas finanças pessoais. Assim, é provável que esteja enquadrado em uma das situações ilustradas a seguir.

1. Você não utiliza o cheque especial

Neste caso, sua única providência deve ser negociar com o gerente o estorno das tarifas de manutenção do cheque especial cobradas periodicamente ou já embutidas naquele “pacote de tarifas” que é levado a débito em sua conta todos os meses. Aproveite-se de seu poder de barganha para obter até mesmo a isenção da cobrança deste pacote de tarifas sob pena de solicitar o cancelamento do cheque especial ou o encerramento de sua conta, com a transferência de seus negócios para um banco concorrente.

2. Você utiliza o cheque especial e está com ele sob controle

Nesta situação, o produto tem utilidade para você. Seu objetivo deve ser reduzir a taxa de juros cobrada. A regra de ouro consiste em negociar uma redução expressiva da taxa em troca da compra de outros produtos resgatáveis do banco, tais como títulos de capitalização e previdência privada. Fazendo isso, você estará convertendo um débito em investimento. Acompanhe o exemplo real abaixo.

Um cliente apresentava, em determinado banco, limite de R$ 5.000,00 à taxa de 8,90% ao mês. Ou seja, o desembolso mensal com juros, supondo utilização integral do limite, era da ordem de R$ 445,00.

Fizemos uma proposta ao banco: adquirir todo mês R$ 150,00 em títulos de capitalização mediante redução da taxa de juros para 3%. Os argumentos apresentados foram:

a)  O banco continua vendendo o produto cheque especial, com uma taxa de 3% ao mês (42,58% ao ano), muito acima da taxa Selic;

b)  O banco passa a ter outro produto, “título de capitalização”, vendido mensalmente, num sistema pré-programado;

c)  A compra do título de capitalização é uma garantia para o próprio banco, pois supondo um resgate após 24 meses, já haverá R$ 3.600,00 brutos entesourados (guardados do banco), ou seja, 72% do risco do cheque especial.

Os argumentos acima foram suficientes para obter a redução desejada. O correntista, por sua vez, auferiu um ganho significativo. Considerando-se que o valor investido em capitalização será resgatado em apenas 80% (cerca de um quinto do valor investido em títulos de capitalização compõe a chamada reserva matemática, destinada à premiação, administração e lucro), a economia obtida baseia-se no seguinte raciocínio:

Juros sobre limite utilizado de R$ 5.000,00 com taxa de 3% ao mês 150,00
Reserva matemática de 20%, não resgatável, sobre a capitalização de R$ 150,00 30,00
Custo total mensal 180,00

Em outras palavras, o dispêndio mensal caiu de R$ 445,00 para R$ 180,00, isto é, 60% de redução!

3. Você utiliza o cheque especial e já perdeu o controle sobre ele

Esta é uma das situações mais recorrentes e que mais afetam psicologicamente as pessoas. Como se não bastasse a elevada taxa de juros, o correntista está sempre com seu saldo devedor acima do crédito aprovado. Além de correr o risco de ter cheques devolvidos, paga tarifa adicional por exceder a este limite. Nesta condição, restam-lhe dois caminhos:

a)  Cancelar o cheque especial, parcelando o saldo devedor. Como você está frágil dentro desta negociação, terá que lutar muito para conseguir uma taxa razoável, na casa dos 3% mensais. Sobre a operação de crédito incidirá, ainda, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o Imposto sobre Operações de Crédito (IOC), dependendo da legislação vigente na ocasião, elevando o custo efetivo. Contudo, esse é um expediente mais adequado do que continuar na ciranda dos juros;

b)  Acionar judicialmente o banco, questionando a legalidade dos juros cobrados, invocando a prática de anatocismo (capitalização de juros, ou seja, cobrança de juros sobre juros). Trata-se de um processo que pode levar anos para ser julgado. Dependendo do valor do débito, você poderá recorrer a um juizado de pequenas causas, dispensando a necessidade de contratação de um advogado para representá-lo. O risco ao longo deste processo é ter seu nome incluído nos órgãos de proteção ao crédito (SCPC, Serasa) o que pode ser evitado mediante obtenção de uma liminar.

Tal como aquele parente distante do início do texto, seja severo com o fantasma do cheque especial, pois especial deve ser você!

Tom Coelho13 de abril de 2013

Burocracia tributária cria nova divergência

1380568048_JudgeO setor privado brasileiro a Receita Federal  e o Congresso Nacional jogam, um para outro, a responsabilidade sobre a complexa legislação tributária e o excesso de burocracia. Enquanto os empresários culpam o fisco pela confusão no entendimento das regras, este culpa o Congresso por não ser mais claro em suas decisões, que por sua vez atribui a responsabilidade à Receita. “Também detestamos a burocracia. Nossa função é de administrar as regras tributárias que o Congresso decide”, disse ontem o coordenador-geral e subsecretário de Fiscalização Substituto da Receita, Iágaro Jung Martins, durante seminário sobre burocracia tributária na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Contudo, o deputado Sandro Mabel (PMDB/GO), ao defender a casa, afirmou que o Congresso, “na verdade, melhora o que a Receita envia” de novas normas.

Do lado das empresas, além de enfrentar problemas com a complexidade das regras, há também um custo crescente para lidar com a legislação. Segundo a gerente de planejamento e contencioso tributário da Siemens, Sandra Juliana de Oliveira, a resistência dos estados em mudar o ICMS impossibilita uma reforma tributária. Mas o tributo não é o único problema. “O manual do PIS e da Cofins no site da Receita tem 1.334 páginas, sendo 24 páginas só de índice, e isso é só para dois impostos”, criticou. “Na Alemanha precisam de apenas quatro pessoas para fazer a mesma coisa que 40 fazem no Brasil”, diz.
Segundo o Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, em média, a indústria de transformação gastou 1,16% do faturamento em 2012 para pagar impostos. “Proporcionalmente, as que mais gastaram foram as pequenas, com R$ 6 bilhões de despesas em 2012, o que pesa mais do que os R$ 13,57 bilhões das grandes”, disse o diretor do departamento, José Roriz Coelho.
Divergência entre Receita e Congresso afeta setor privado

Há uma grave divergência entre setor privado brasileiro, Receita Federal e o Congresso Nacional no que diz respeito à legislação e à burocracia tributárias. Enquanto os empresários culpam o fisco pela confusão no entendimento das regras, este culpa o Congresso por não ser mais claro em suas decisões, que por sua vez coloca a responsabilidade na Receita.
Essa situação foi exposta ontem durante seminário sobre o tema realizado pela Federal das Indústrias do estado de São Paulo (Fiesp). Após reclamações de especialistas de tributação que atuam em grandes empresas, presentes no evento, os representantes do fisco tentaram mostrar que também são contra o sistema tributário atual e quem decide sobre a legislação é o Congresso.
“Também detestamos [Receita] a burocracia. Nossa função é administrar as regras tributárias que o Congresso decide”, disse o coordenador geral e subsecretário de Fiscalização Substituto da Receita, Iágaro Jung Martins.
Contudo, o deputado Sandro Mabel (PMDB/GO), ao defender sua casa, afirmou que o Congresso, “na verdade, melhora o que a Receita envia” de novas normas. “O Congresso decide o que é democraticamente imposto [pelo fisco]”, brincou, causando comoção da plateia.
Em seguida, ele elogiou a atuação da Receita, ao dizer que houve uma evolução nos últimos anos pela eficiência na arrecadação e por deixar de avaliar o contribuinte como “ladrão” (sonegador). “O problema ainda está na simplificação tributária”, acrescentou o deputado federal.
Para o ex-presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e de Assessoramento no Estado de São Paulo (Sescon-SP), apesar da evolução digital para o recolhimento dos impostos, originado pelo Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), não houve simplificação. “O eSocial [digitalização da folha de pagamento] apenas junta em um único documento todas os documentos trabalhistas, não os elimina”, criticou.
O subsecretário de Arrecadação e Atendimento da Receita, Carlos Roberto Occaso, explicou que há uma tendência para simplificação das normas tributária, questão essa pedida pelo próprio secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto. “Para as empresas optantes pelo Lucro Presumido vamos eliminar a necessidade de preencher o Dacon [Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais]”, exemplificou.
Na opinião do sócio da LCA Consultores, Bernard Appy, a solução para resolver essa divergência e confusão com relação às regras tributárias é realizar uma ampla reforma.

Setor privado
Segundo a gerente de Planejamento e Contencioso Tributário da Siemens, Sandra Juliana de Oliveira, o fato da reforma tributária ter dificuldades para ser concluída é devido o Imposto sobre a Circulação de Bens e Mercadorias (ICMS), por ser gerido diferentemente em cada estado. Porém, para ela, os tributos mais trabalhosos são a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o Programa de Integração Social (PIS).
“O manual do PIS e da Cofins no site da Receita tem 1.334 páginas, sendo 24 páginas só de índice, e isso é só para dois impostos. Além disso, são tributos geridos por um único órgão, o governo federal. Não por 27 como o ICMS. Não consigo entender porque existem 313 normas e como por 94 vezes um técnico da Receita formula uma instrução normativa para apenas dois tributos”, criticou durante sua palestra.
Somado a esse fato, Sandra comentou que há uma dificuldade muito grande para explicar para sua matriz na Alemanha que a filial brasileira precisa gastar dez vezes com pessoal na área tributária. “Na Alemanha precisam de apenas quatro pessoas, para fazer a mesma coisa que 40 fazem no Brasil”, diz.
O diretor tributário da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Marcelo Martins da Fonseca, que fez o levantamento junto com Sandra, informou ainda que pelo número de filiais da empresa em todo o País, a CSN tem 360 obrigações acessórias para serem realizadas e conta com 140 profissionais dedicados apenas para atender as normas tributárias.
Segundo estudo do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, em média, a indústria de transformação gastou o equivalente a 1,16% do faturamento em 2012 para pagar impostos. “Proporcionalmente a que mais gastou foram as pequenas. Os R$ 6 bilhões de despesas que elas tiveram em 2012, pesa mais no faturamento delas, do que a despesa de R$ 13,57 bilhões que as grandes companhias tiveram no ano”, apontou o diretor titular do departamento, José Ricardo Roriz Coelho.

 

Fernanda Bompan
Fonte: DCI – SP

Quanto o IR pesa ao investir – em especial se você for rico?

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Muitas vezes a diferença entre um investimento bem sucedido e outro nem tanto não é uma questão de arrojo, conhecimento do mercado financeiro ou “timing”. O simples planejamento tributário pode fazer muita diferença em quanto você vai ganhar no final, e os impostos pesam tanto mais quanto maior for o prazo da aplicação e o montante investido.

O exemplo mais simples é a comparação entre aplicações de renda fixa com ou sem a cobrança de imposto de renda. Com a taxa Selic no atual patamar de 9,00% ao ano, a poupança tem um rendimento líquido de 0,5% ao mês mais Taxa Referencial (TR). Considerando uma taxa de juro CDI igual à Selic e uma TR igual a zero, a poupança atual seria mais rentável que um CDB de grande banco que pagasse 85% do CDI, em qualquer circunstância.

Isso porque enquanto a poupança é isenta de imposto de renda, os rendimentos dos CDBs são taxados entre 22,5% a 15%, dependendo do prazo. No patamar atual de Selic, os CDBs precisam pagar mais que 90% do CDI para serem rentáveis em qualquer prazo.

Se a comparação for feita com um papel de renda fixa análogo ao CDB, mas isento de IR, a diferença fica ainda mais gritante. Uma Letra de Crédito Imobiliário (LCI) ou uma Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) que pagassem 85% do CDI renderiam mais que a poupança e os CDBs de mesma remuneração em qualquer prazo. LCIs e LCAs também são emitidas por bancos, e funcionam como “CDBs isentos de IR”. Veja as diferenças na tabela:

 

 

  Poupança Alíquota de IR Quanto você teria se aplicasse R$ 1.000 na poupança CDB 85% do CDI Alíquota de IR Quanto você teria se aplicasse R$ 1.000 em CDB LCI ou LCA 85% do CDI Alíquota de IR Quanto você teria se aplicasse R$ 1.000
6 meses 3,04% Zero 1.030,38 2,74% 22,50% 1.027,36 3,73% Zero 1.035,30
12 meses 6,17% Zero 1.061,68 5,75% 20% 1.057,47 7,60% Zero 1.071,84
18 meses 9,39% Zero 1.093,93 9,05% 17,50% 1.090,48 11,62% Zero 1.109,68
25 meses (acima de dois anos) 13,28% Zero 1.132,80 13,22% 15% 1.132,18 16,50% Zero 1.155,51

Julia Wiltgen

Os cinco estágios da trajetória de crescimento de uma empresa

5Podemos fazer uma analogia das etapas que uma empresa necessita para crescer e se firmar no mercado ao processo de lançamento de um foguete espacial. O foguete é projetado e construído de forma a passar por vários estágios, dependendo da distância que pretende atingir. Na empresa não é diferente.

Concepção – O foguete nasce para cumprir um objetivo. Do mesmo modo, existe uma razão para uma empresa nascer, um objetivo a cumprir. Uma empresa geralmente não nasce de um planejamento estratégico, mas do sonho de seu fundador. O plano de vôo de uma empresa inicial está na mente do empreendedor, na sua idéia e na sua vontade de fazer atingir o objetivo: levantar, cair, levantar, cair, levantar, continuar, continuar… Esse é o DNA do empreendedor.

Lançamento – Para tirar o foguete do chão, muito pesado devido ao combustível que carrega, é necessário fugir da força da gravidade que o puxa para baixo, o que exige muita potência nos motores. O empreendedor é o executor das tarefas operacionais nessa fase. É o motor principal para impulsionar a empresa para o alto. Necessita fazer muita força para fazer a empresa sair do chão.

Especialização – Uma fase muito difícil e crítica antes de atingir a maioridade empresarial. Da mesma forma que o foguete que abandona os motores e os tanques de combustíveis porque não são mais necessários, o empreendedor precisa abandonar as tarefas operacionais e delegar tarefas. Isso exige uma mudança de postura interior. Trabalhar com mais pessoas, direcionar as pessoas para o mesmo objetivo. Novos departamentos, novas funções, o que leva a  ter que compartilhar tarefas, delegar poderes.  É a transformação de empreendedor para administrador.

Maioridade – Já não é necessário empregar sua força fisica, mas buscar sabedoria. Ser mais estrategista do que empreendedor, aprender a lidar com os novos termos como planejamento estratégico, plano de negócios, etc. O obstáculo a superar neste estágio  é muitas vezes mais difícil de transpor do que as dificuldades enfrentadas nos estágios anteriores. Para o foguete é aquela fase onde fica estacionado, em órbita por vários anos e chega o momento de decidir se continua sua missão ou não. Se quiser continuar necessita acionar novos motores.

Continuidade ou queda – Pode ser o último estágio, ou não. Muito provavelmente a empresa já não depende das decisões do empreendedor inicial. Pode ser o fim da linha com queda ou pode ficar vagando perdido pelo espaço por algum tempo pela força inercial ou continuar avançando… Parar ou seguir em frente depende unica e exclusivamente dos objetivos que se pretende atingir.

Precisamos entender que o empresário, assim como o foguete, precisa de um plano de vôo. O foguete é construído para agir de forma adequada a cada estágio: no lançamento com muita força e da especialização em diante com forças direcionais específicas. Um dos erros que vejo é que as pessoas em geral não percebem as novas habilidades que são exigidas de acordo com cada estágio de crescimento. Isto vale para os proprietários e para os funcionários.

As pessoas são os componentes principais de uma empresa e elas precisam crescer individualmente para poder continuar sendo parte do negócio. Vejo com tristeza que as pessoas que iniciaram a empresa comigo, e que hoje deveriam estar juntos colhendo os frutos do crescimento, não estão mais aqui porque não se prepararam para exercer novas funções que surgiram com o decorrer do tempo.

O crescimento individual das pessoas é o que faz a empresa crescer. Os empreendedores e os seus funcionários precisam caminhar um passo a frente do estágio atual da empresa para poder eleva-lá sempre um degrau acima. O aumento do capital intelectual e do conhecimento são os investimentos fundamentais para o crescimento empresarial. Só assim é possível cumprir sua missão, assim como um foguete.

Orlando Norio19 de agosto de 2013

Contabilidade: novo empreendedorismo

financesPor mais que no século 21 o conhecimento técnico para o exercício de qualquer profissão seja imprescindível, não é o bastante para o sucesso, uma realidade que se torna mais forte ainda no contexto do empreendedorismo contábil.

As tecnologias tributárias, a internacionalização das empresas no Brasil, a carência de pessoal capacitado, as mídias sociais e o acelerado crescimento do empreendedorismo na “nova classe média” criaram muitas oportunidades, mas também ameaças para aqueles que pretendem ou já desenvolvem negócios na área.

Transformações trazidas pelo Sistema Público de Escrituração Digital transcendem os conceitos tributários e fiscais. Os impactos dessa mudança na forma de prestação de contas ao fisco também vão além do simples uso de novos sistemas.
O grande desafio é processar os dados empresariais gerando informações tributárias com a velocidade e a qualidade requeridas pelo fisco. Por isso, o velho modelo de troca de dados entre empresas e organizações contábeis apresenta sinais claros de obsolescência. Custos e riscos vêm aumentando para quem ainda insiste em usar o papel como meio principal nesta interface.
Por outro lado, tal ruptura no modelo de negócios contábeis traz consigo o poder da criação de novos conceitos, processos e serviços, todos eles embarcados com um claro viés inovador e de forte base tecnológica. Afinal, nesse século a logística para a entrega do conhecimento se exprime pela tecnologia da informação, que ganha um novo caráter: a comunicação.
Na prática, surgem serviços de alto valor agregado, como auditorias de dados digitais, consultorias para seleção e implantação de sistemas de apoio à gestão, terceirização de processos e consultorias a distância etc. Até mesmo nas pequenas empresas, que são a maioria absoluta em nosso país, e cujos processos fiscais, tributários e trabalhistas hoje estão a cargo das organizações contábeis.
Boa parte desses empreendedores sequer tem noção da profundidade dos impactos do ambiente fiscal digital em que vivemos. Por isso, as oportunidades de inovação neste campo somente se concretizam com a aplicação de conceitos do “marketing de educação”.

Por meio de redes sociais, blogs, comunicados impressos e eletrônicos, palestras e outros eventos, os profissionais da contabilidade interagem com seus clientes indo além do tradicional “como fazer”, para explicar o “por quê” e o “para que”. Enfim, ensinando-os a utilizar os serviços contábeis de forma a reduzir custos e potencializar oportunidades para os seus próprios negócios. Ações como essas aumentam significativamente a percepção de valor para o trabalho dos profissionais da área contábil.
O momento apresenta condições únicas, mesmo se considerarmos os grandes desafios. O Brasil conta com 5 milhões de pequenas empresas, 3 milhões de empreendedores individuais e uma nova classe média que quer empreender. São 28 milhões de pessoas envolvidas com a atividade empreendedora ainda em estágio informal. Isso, sem falar na quantidade de negócios internacionalizados que já se estabeleceram no País. O gigantismo dos números não deixa dúvida quanto ao tamanho das oportunidades para aqueles que têm competência técnica e atitude suficientes para inovar.
Por fim, profissionais com autoridade delegada por este perfil diferenciado devem ser líderes em suas comunidades. Cientes do tamanho do desafio brasileiro para aniquilar o Dragão Burocrático, empreendedores do setor contábil assumem, cada dia mais, esse papel precursor na sociedade.

Talvez essa seja a manifestação mais tangível da responsabilidade social dos contabilistas: liderar o País rumo à competitividade e à Justiça tributária. Reduzir drasticamente a burocracia e inverter a regressividade do sistema tributário são pontos fundamentais para a geração e distribuição de renda no País.
Ademais, sem essas duas conquistas, dificilmente as pequenas empresas poderão utilizar de fato todo o ferramental gerencial que a ciência contábil tem a oferecer aos gestores. Ao mesmo tempo, empresários dos ramos mais diversos só entenderão a contabilidade como Ciência da Riqueza quando ela deixar de ser ferramenta não remunerada do fisco, como muitos se queixam.
O presente é desafiador, evidente. Mas tenho a convicção de que um novo perfil de contabilista está emergindo: mais inovador, empreendedor e responsável socialmente.

Fonte: DCI – SP

Os sinais ocultos de que sua empresa é saudável

Pyme Finanças Corporativas

Um paradoxo interessante: o crescimento de vendas resulta em um menor fluxo de caixa. Isso porque o aumento de custos chega ao caixa antes do resultado das vendas. Certa vez, um empresário disse ter ido a um banco pedir empréstimo e estar certo de que aquele era o início do fim. Ele recorreu ao crédito porque a empresa estava crescendo rápido e o fluxo de caixa ficou estrangulado. O empréstimo, na verdade, era um pouco de ‘fôlego’ para continuar crescendo.

Outro ponto diz respeito aos investimentos e a diversificação de produtos. Uma empresa saudável conjuga a qualidade dos investimentos à sua capacidade de sobreviver aos ciclos de negócios. Observe em que a empresa está investindo: novos produtos, novos mercados ou expansão da produção? Investimentos rotineiros nesses campos são ótimos sinais.

Poucos empresários, porém, se preocupam em enxergar os dados de investimento, preferindo manter o foco no dia-a-dia do negócio. Um empresário do Sul se orgulhava de estar construindo a mais moderna sede da empresa na cidade. Em vez de investir no negócio, a obra devorou seu fluxo de caixa em seis meses. A empresa entrou em apuros. Os custos não trouxeram retorno para o negócio.

Se os executivos da empresa estão confortáveis no seu papel, isso também é um bom sinal. Mas, estar confortável não significa acomodado. O executivo ideal combina medo, arrojo, paranoia e contentamento. E isso influencia no clima da organização. Executivos motivados e adaptados à empresa ajudam a criar um bom ambiente organizacional e isto é um excelente sinal de sucesso.

Muitas vezes, a rotatividade em pequenas empresas vem do péssimo ambiente criado dentro da organização. Um objetivo comum e compartilhado é mais do que meio caminho andado para o sucesso empresarial.

Rodrigo Zeidan, especialista em finanças

Receita deve liberar segunda-feira consulta ao 4º lote de restituições do IR

1377300031_BusinessA Receita Federal deve liberar na próxima segunda-feira (9) a consulta ao quarto lote de restituições do Imposto de Renda (IR) Pessoa Física 2013. O dinheiro será depositado no banco no próximo dia 16. A data exata para a liberação da consulta ainda está em análise, mas nada impede que seja antecipada, já que todas as declarações foram processadas, conforme informou a Receita.

Até agora, segundo o Fisco, 4.145.252 contribuintes do Imposto de Renda Pessoa Física 2013 tiveram a declaração liberada. O volume total de recursos ultrapassou R$ 5,321 bilhões.

Todos os anos são liberados sete lotes regulares. O último está previsto para 16 de dezembro. O calendário de restituição está no Ato Declaratório 3 da Receita Federal. Quem não receber a restituição deve procurar o extrato no site da Receita para verificar por que está na malha fina.

Quem identificou algum erro deve enviar uma declaração retificadora. O extrato da declaração é disponibilizado no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) no qual se encontram outras informações relativas ao IR.

Para utilizar o e-CAC é necessário o código de acesso gerado na própria página da Receita ou o certificado digital emitido por autoridade habilitada. Para gerar o código, o contribuinte precisará informar o número do recibo de entrega das declarações de Imposto de Renda dos dois últimos exercícios. Com o código, o contribuinte pode fazer a autorregularização caso encontre algum erro. O tamanho dos lotes depende das disponibilidades do Tesouro Nacional.

Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte deverá acessar a página da Receita na internet ou ligar para o Receitafone 146. A Receita disponibiliza ainda aplicativo para tablets e smarthphones que usam os sistemas operacionais Android e iOS, que facilitam a consulta.

A Receita lembra que a restituição ficará disponível no banco durante um ano. Se o contribuinte não fizer o resgate nesse prazo, deverá requerê-la por meio da internet, mediante o Formulário Eletrônico – Pedido de Pagamento de Restituição, ou diretamente no e-CAC, no serviço Declaração IRPF.

Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá procurar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou ligar para a Central de Atendimento nos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (atendimento exclusivo para deficientes auditivos), para agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco.

Empreendedorismo em ação

1376938002_industryDesde o ano 2000 participo do Núcleo de Jovens Empreendedores (NJE), uma das diretorias do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP). O grupo tem por objetivo identificar, aglutinar e desenvolver lideranças institucionais e empresariais, bem como promover a capacitação profissional e pessoal, incentivando e difundindo ações empreendedoras nos diversos setores da economia brasileira.

A atuação do NJE dá-se mediante a realização de palestras, cursos, reuniões de networking, visitas técnicas empresariais, ações sociais, entre outros eventos, com destaque para um congresso anual realizado de forma itinerante em polos econômicos do Estado. Em 2013, este evento acontecerá em Santos, nos dias 5 e 6 de setembro.

Através do Congresso, buscamos o debate propositivo de temas relacionados a boas práticas de gestão, além de apresentar cases de sucesso. A programação deste ano conta com a presença de Paulo Skaf (presidente do CIESP/FIESP), Ozires Silva (fundador da Embraer), Fábio Barbosa (presidente executivo do Grupo Abril), além de renomados conferencistas. Serão 18 palestras, além de um espetáculo teatral corporativo e a participação do Coral Cênico do SESI. A agenda completa está disponível em www.nje.com.br.

O evento é aberto ao público e totalmente gratuito, pois é nosso propósito maior compartilhar o conhecimento. E embora beneficiados com a generosidade de todos os palestrantes, que participam em sistema pro bono, a realização envolve custos diversos. Por isso, organizar um evento deste porte é uma autêntica ação empreendedora, na qual as seguintes competências são exercitadas:

1. Planejamento. Começamos a organizar este congresso no dia seguinte ao término do realizado ano passado. Foi quando definimos a cidade-sede, iniciamos a busca pelo auditório, formulamos os primeiros convites aos palestrantes e principiamos a formatação de um projeto para captação de patrocínios com a finalidade de tornar a iniciativa autossustentável. Esta anterioridade foi o que nos permitiu conseguir espaço na agenda da maioria dos conferencistas.

2. Ousadia. Pela primeira vez em dez anos, o congresso será realizado em dois dias e com uma feira de exposição paralela. É dever de todo empreendedor tomar iniciativas e correr riscos calculados, porém com responsabilidade.

3. Negociação. Com recursos escassos, barganhar torna-se imperativo. Assim, conseguimos reduzir custos, propor permutas, buscar apoios diversos.

4. Resiliência. A famigerada expressão “o ‘não’ nós já temos” é constantemente lançada. No decorrer do processo, acostumamo-nos a ouvir negativas: de palestrantes, de fornecedores, de patrocinadores potenciais.  E não desistimos.

5. Administração do tempo. Mesmo trabalhando com um ano de antecedência, o tempo conspira contra nós continuamente, em especial quando consideramos que os integrantes do NJE/CIESP são todos voluntários. É um exercício constante conciliar as demandas pessoais, corporativas e também institucionais.

6. Pensamento estratégico. Todas as ações são engendradas pensando não apenas no evento em curso, mas nos próximos, em especial o que será realizado em 2014, no município de Santo André. Por isso, um conferencista sem agenda ou um patrocinador sem verba neste ano, são automaticamente nomeados prospects potenciais.

7. Networking. A força das redes de contato e dos relacionamentos mostra-se essencial para possibilitar a construção de uma programação tão valiosa. E as mídias sociais assumem seu protagonismo na divulgação do evento.

8. Trabalho em equipe. O êxito perseguido é fruto da dedicação de diversas pessoas. Assim, há os que se envolvem em comunicação visual, na elaboração de manuais e releases, nas tratativas com os conferencistas, nas negociações com os fornecedores, em aspectos jurídicos e contratuais. Cada qual em sua expertise.

9. Liderança. No momento, estou como diretor estadual deste grupo. Notem: estou, e não sou, pois toda liderança é transitória, ainda mais quando em uma entidade ou associação. Assim, o dever do líder é supervisionar, subsidiar, apoiar, empoderar e incentivar sua equipe. E seu maior desafio é preparar quem o substituirá.

10. Marketing. É o fator essencial que referendará o sucesso do evento. Sem uma comunicação adequada, atraente, envolvente e ampla, todo o esforço será em vão.

Por fim, é importante fazer dois registros. Primeiro, que a força da marca CIESP, cuja credibilidade foi construída no decorrer dos últimos 85 anos, abre portas, o que enseja enorme responsabilidade ao representar a entidade.

Tom Coelho.

É possível contact center, cloud e segurança?

Pyme - Cloud Computing

Ao adotar o armazenamento de informações na nuvem, a primeira vantagem obtida é a redução de investimentos com infraestrutura. Ou seja, a cloud computing pode trazer redução nos custos em tecnologia em projetos de médio e grande porte, além de oferecer flexibilidade e mobilidade total. Vale destacar que nos projetos, que são empregados essa nova tecnologia, os grandes data centers se tornaram virtuais e não existe mais a necessidade de contratar colocation físico e sim serviços em máquinas/servidores virtuais. Estes são alguns dos benefícios proporcionados pela cloud computing, mas existe outra vantagem, que ainda é questionada, mas que também é um bom motivo para guardar os dados na nuvem: a segurança. E quando o assunto é contact center, segurança é fundamental.

A nuvem não é mais uma tendência, já é uma realidade. De acordo com um estudo da Symantec, 90% das empresas mundiais e mais de 80% das organizações brasileiras estão pelo menos discutindo sobre a adoção da nuvem. Outro dado interessante é de uma pesquisa global realizada pela HP, que aponta que até 2016, 75% do fornecimento de TI corporativa será baseada em nuvem, sendo 39% em nuvem privada, 21% em nuvem gerenciada por terceiros e 15% em nuvem pública. Ou seja, não dá para fugir da cloud computing.

As empresas estão migrando aos poucos para esta nova tecnologia, mas tudo o que é novo causa certo receio. A segurança das informações armazenadas na nuvem ainda é muito questionada e discutida. Certamente, este aspecto requer cuidados, mas todo e qualquer lugar/espaço onde estão armazenados os dados/informações importantes precisa de cuidados especiais. Afinal, se não fosse importante não precisaria ser guardado.

Perder pen drives, ter o computador infectado por um vírus ou até mesmo quebrado, e ter um notebook furtado são situações que podem acontecer com qualquer pessoa. Se aquele trabalho importante estiver armazenado em um desses dispositivos e acontecer qualquer uma das circunstâncias citadas, o arquivo certamente se perderá. Se para uma pessoa perder as informações armazenadas é sinônimo de muita dor de cabeça, para uma empresa é inadmissível.

Os contact centers lidam com enormes volumes de dados e voz (CRM & gravação voz e tela), que vão desde informações dos clientes até métricas obtidas a partir da avaliação dos atendimentos realizados e, principalmente, o gerenciamento e armazenamento das gravações de todos os atendimentos. Todas essas informações são estratégicas e fundamentais para o negócio e, por isso, exigem tanta segurança. Certamente, perder estes dados não acontece com a mesma facilidade com que se perde um pen drive, mas é possível. É nesta hora que a nuvem pode ser a melhor saída.

Além das vantagens citadas acima, como redução de custos, a Computação em nuvem garante que o backup das informações e os softwares nas nuvens recebam updates remotos frequentes sem afetar a produção.

Vale lembrar que outra vantagem do contact center na nuvem é que as informações (dados e voz) podem ser acessadas de qualquer lugar, possibilitando a mobilidade total das operações, o que viabiliza assim o teletrabalho via home office. Esta prática impacta as empresas, não só com redução de custos, mas também com a qualidade de vida dos colaboradores e também resulta na melhora do nível serviço prestado, assim gerando uma impressão positiva em relação a qualidade do atendimento ao cliente final. Acredito que estas sejam considerações importantes na hora de optar ou não por um contact center na nuvem. Mas cabe a cada gestor avaliar as vantagens e desvantagens e também maturidade da organização antes tomar uma decisão.

 Carlos Carlucci, country manager da Vocalcom Brasil – empresa especializada em soluções para contact center.

Sonegação presumida

1371494054_PaperMoneyCoincidência ou não, em meio ao chamado clamor das ruas, voltou a ser alvo de debates na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) o Projeto de Lei 99/2009, do senador Cristovam Buarque (PDT-DF).  De acordo com o PLS, as declarações de Imposto de Renda da Pessoa Física dos integrantes do Poder Legislativo, chefes do Executivo, ministros, bem como os membros do Judiciário e ordenadores de despesas em todos os órgãos da administração pública, obrigatoriamente deverão ser analisadas pelo critério “malha fina”.

A favor do Projeto argumenta-se que o monitoramento constante da variação patrimonial e da renda das autoridades públicas poderia antecipar a descoberta de muitas irregularidades. Uma argumentação bastante razoável,  convenhamos.  Pesa contra o PLS, porém, parecer aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), em abril de 2010, assinado pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ).

Segundo o parlamentar – que já foi ministro da Fazenda – o projeto “está inquinado de vício irremovível”, pois considera os agentes públicos suspeitos a priori, configurando com isto uma situação de “indevido tratamento discriminatório”. Seria ainda uma afronta à própria Constituição Federal, que proíbe o tratamento desigual entre contribuintes em situação equivalente.

Já o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), em relatório recém-apresentado à CAE, tenta fortalecer o Projeto alegando que “a proposição não parte do princípio de que todo ocupante de mandato eletivo seja um infrator em potencial, mas sim da tese de que todo cidadão imbuído de tamanha responsabilidade deveria se submeter a rigores maiores por parte da fiscalização.

Enquanto isso, no Brasil produtivo, as empresas submetem-se diariamente a cerca de 1.500 declarações, demonstrações, livros, notas fiscais eletrônicas e outras exigências das administrações tributárias de União, Estados e municípios.  Na prática, isso significa que todas são monitoradas dia e noite pelo Fisco.  Certamente, vale a pergunta: se 8 milhões de empreendedores já estão sob o olhar atento do Big Brother Fiscal, por qual razão deveríamos excluir os agentes públicos desse monitoramento?

Com tantas obrigações tributárias de caráter fiscalizatório, há muito tempo as empresas têm presumida pelo fisco sua condição de sonegadoras. Então, por que não propor o fim de tanta burocracia tributária?  Pelo menos as micro e pequenas bem que poderiam ser poupadas de boa parte das muitas obrigações acessórias que hoje têm pela frente.

Além disso, toda essa complicação representa um dos mais antigos entraves ao desenvolvimento do empreendedorismo e, por conseguinte, do próprio progresso de um país como o nosso, que urgentemente precisa voltar a crescer.