Por que controlar os estoques?

A importância de controlar e efetuar uma gestão de estoques eficaz em qualquer tipo de empresa.
A importância de controlar e efetuar uma gestão de estoques eficaz em qualquer tipo de empresa. (fonte: images.google.com)

 

Muitas empresas não dão a devida importância a seus estoques e isso pode ser justificado de várias maneiras.

A verdade é que nada justifica qualquer tipo de falta de controle, principalmente em relação aos estoques.

Independe se a empresa sempre é familiar ou multinacional, da mesma forma que independe o segmento que atua ou o tipo de negócio.

Falta de controle, assim como a falta de planejamento, são sinônimos de dinheiro jogado fora, seja por desperdício (compras sem necessidade), perda de produtividade (compras não efetuadas) ou por perdas ou furtos.

Sendo assim, ter uma gestão de estoques eficiente é fundamental para suportar os principais objetivos de todas as empresas: lucro e satisfação dos clientes.

Parece uma coisa óbvia, mas nós que estamos no mercado, sabemos o quão é absurdo a falta de controle nos almoxarifados.

No Brasil, as empresas não só priorizam como dispendem 100% dos esforços na produção (vendas) e ignoram totalmente o “back office”. Aí se vende muito é verdade, mas as perdas decorrentes da falta de controle, gestão e gargalos nos processos, reduzem drasticamente os ganhos.

Uma gestão de estoques efetuada de maneira adequada é aquela que, resguardadas as particularidades do negócio e preocupada com o capital do mesmo, está sempre respondendo as seguintes perguntas:

Possuo um local de armazenamento apropriado?

Você deve avaliar o espaço físico da área de estocagem: prepare o ambiente, permitindo as melhores condições de armazenamento de acordo com o material. Se preocupe também com a visualização, acesso e controle dos mesmos.

O que estocar?

Quase tudo pode ser estocado, mas nem tudo deve, principalmente, se for em quantidade não adequada com o consumo previsto. Tudo vai depender dos riscos que se corre em deixar acabar o item no estoque e o que isto afeta na produção, considerando ainda o risco de sobrar material com validade inadequada.

 Quanto estocar e por quanto tempo?

Pense nas seguintes regras para responder a essa pergunta: o estoque não deve estar alto quando o caixa (dinheiro disponível) está baixo e o nível dos estoques deve acompanhar a produção/venda.

Analise também algumas particularidades como: sazonalidade nas vendas, manutenções das máquinas (preventivas, corretivas programadas e emergenciais), dificuldade de se adquirir algum tipo específico de material por causa da logística (importação, dificuldade de acesso ou poucos fornecedores).

Como controlar?

Um bom sistema de estoques, integrado ao sistema operacional da empresa é o ideal, mas na ausência do mesmo, uma boa planilha de excel ajuda, entretanto, ambos não são suficientes para impedir as falhas humanas: erros de entrada, saída ou omissão. Quanto mais complexo o seu negócio ou maior o número de itens que você necessita, mais ferramentas de controle devem existir para a gestão dos estoques. As definições de ponto de ressuprimento, estoque máximo e mínimo, estoque de emergência, lote econômico, etc., são boas opções para estoques complexos com materiais de alto valor.

A confecção de uma boa norma, assim como um treinamento àqueles que participam do processo também são ações que complementam uma verdadeira gestão dos estoques.

Vantagens da gestão de estoque:

  • Utilizar adequadamente o capital de giro do negócio;
  • Evitar atrasos no fornecimento de materiais e componentes;
  • Suprir as necessidades de produção e vendas na medida da demanda;
  • Evitar a obsolescência, perecimento, perda de validade e desvios de produtos e materiais;
  • Adequar-se às cotas de fornecimento;
  • Liberar espaços produtivos;
  • Identificar produtos que estão sem giro;
  • Conhecer a influência do estoque nos resultados financeiros;
  • Estratégia frente ao capital de giro e o atendimento a clientes.

Créditos a Leonardo da Gama, publicado em 24 de novembro de 2013 em http://www.administradores.com.br/

 

Projetos de Lei trazem avanços ao Simples Nacional

Mudanças na Lei Complementar no 123, de 2006, preveem a inclusão de novos segmentos, a alteração da tabela do sistema e a substituição tributária.
Mudanças na Lei Complementar no 123, de 2006, preveem a inclusão de novos segmentos, a alteração da tabela do sistema e a substituição tributária.  (imagem: images.google.com)

 

A partir do próximo ano, profissionais da área médica, esportiva, jurídica, construção civil, representação comercial, comunicação e administração, no total de 16 profissões, poderão fazer parte do seleto grupo de empresas autorizadas a integrar o sistema tributário do Simples Nacional.

Nesta semana dois Projetos de Leis que solicitam alterações no Estatuto da Micro e Pequena Empresa foram aprovados pela mesa diretora da Câmara dos Deputados. Os PL’s 221 e 237, ambos de 2012, preveem mudanças na Lei Complementar nº 123, de 2006, como a inclusão de novos segmentos, a alteração da tabela do Simples e a substituição tributária.

Para Jaime Júnior Silva Cardozo, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações, Pesquisas e de Serviços Contábeis de Londrina (Sescap), os PL’s trazem modificações importantes e que já vinham sendo aguardadas com expectativa por vários setores. “Entre as alterações podemos citar a correção da tabela do Simples Nacional e a inclusão de novas atividades no programa. As duas mudanças são aguardadas com muita expectativa por diversos micros e pequenos empresários”, comenta.

O PL 221 sugere a correção da tabela do Simples Nacional que não sofre alteração desde novembro de 2011. “Podemos dizer que a inflação acumulada neste período ficou acima de 15% e a tabela, por não ter sido corrigida, provocou um aumento inflacionário da carga tributária que todos sabemos já ser muito elevada”, explica Cardoso.

Para entender o que significa essa diferença entre a inflação acumulada no período e a desatualização da tabela do Simples, um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae), divulgado este mês, estima que, em 2013, somente no estado de São Paulo, 1,4 mil empresas de pequeno porte superariam o limite do faturamento anual de R$ 3,6 milhões e 20 mil microempresas ultrapassariam o teto de R$ 360 mil por ano, passando a ser uma empresa de pequeno porte. Para as empresas que ultrapassam o teto do Simples Nacional, a estimativa é de que elas cheguem a pagar cerca de 40% a mais de impostos o que inviabiliza o desenvolvimento para grande parte delas.

Já o PL 237, trás outras alterações ao estatuto, como as substituições tributárias para as empresas do Simples. Mas o item mais apreciado pelos empresários é a inclusão de mais 16 ramos de atividades à tabela do Simples. “Este PL se faz necessário porque hoje existem no País uma grande quantidade de micros e pequenos empresários, que são impossibilitados de aderir ao Regime Simples Nacional, simplesmente pelo fato de exercerem atividades que são impedidas pela Lei Complementar 123/2006. Entre elas podemos citar as empresas de representantes comerciais, corretores de imóveis, fisioterapia, marketing e publicidade entre outros”, explica o vice-presidente do Sescap.

Ainda segundo Cardozo a ampliação do número de atividades dentro do Simples Nacional trará bons reflexos ao consumidor final. “Apesar de alguns dizerem, que a empresa é apenas um intermediador dos recolhimentos dos impostos, e quem paga o imposto é o consumidor final, na verdade e na prática não é bem assim, pois existe um regulador de preço final ao consumidor chamado mercado e este mercado não aceita facilmente pagar mais por uma mercadoria, bem ou serviço”, finaliza.

Ambos os projetos receberam parecer favorável da mesa diretora da Câmara e por se tratarem do mesmo assunto, seguem para votação do Plenário, em regime de urgência.

Via: http://www.fenacon.org.br/noticias-completas/1500

 

Como não errar na hora de calcular impostos do seu negócio

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Não é segredo para ninguém: a questão dos impostos para os empreendedores é bastante complicada. É comum a reclamação sobre impostos altos, mudanças de regras e cobranças dobradas, além da imensa burocracia pública.

Apesar disso, não há desculpas para a sonegação de impostos. Um empreendedor que não coloca os custos de impostos no seu planejamento financeiro está errado. Se o empresário precisa atrasar impostos ou sonegar para ter lucros é porque, na verdade, a empresa dá prejuízos. Isso não é culpa do “Custo Brasil”, mas da ineficiência do empreendedor em se planejar.

Existem formas de diminuir impostos e ainda beneficiar a companhia. Para empresas no lucro real, o pagamento de juros pode ser descontado da base do cálculo do Imposto de Renda. Isso significa que pode haver um benefício tributário de 34% sobre o montante de juros pagos.

Outra forma de analisar os demonstrativos da empresa é focar na receita líquida, e não na bruta. A diferença está nos impostos variáveis (ICMS, ISS) que são pagos pela venda de bens e serviços. Ao olhar a linha da receita bruta, o empresário acha que aquele é o faturamento da empresa – mas os impostos sobre as vendas não são da empresa, e são previsíveis. O faturamento real é aquele livre dos impostos sobre as vendas, a receita líquida.

É por isso que no modelo EVA (Economic Value Added), o fluxo de caixa da empresa que serve para remunerar os acionistas é o NOPLAT (Lucro operacional menos Imposto de Renda e CSSL). Afinal, o imposto de renda não é parte do caixa da empresa, mas sim do governo. Analisar as contas da empresa corretamente significa analisar o fluxo real de caixa da empresa. Esse fluxo sempre é líquido de impostos.

Rodrigo Zeidan

Auditoria: Por Que e como Contratá-la?

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Confira benefícios da contratação de uma auditoria, como a melhoria das práticas de governança e melhor assertividade nas decisões tomadas.

A contratação de uma primeira auditoria talvez seja um dos passos mais importantes na governança de uma empresa. Mas, ao mesmo tempo, representa um grande desafio, não só para o empreendedor e corpo diretivo, mas principalmente para todos os membros da organização.

Uma das primeiras reflexões quando se trata da contratação da primeira auditoria é se deve começar com uma firma de auditoria de pequeno porte e, ao longo do tempo, passar a ser auditado por uma das grandes firmas de auditoria internacionais, ou fazer logo de início a contratação desta grande firma. Está é uma reflexão importante, que impacta não só a questão de custo, mas também a agilidade na realização de todo o processo.

Neste ponto eu gostaria de chamar a atenção do empreendedor para talvez o aspecto mais importante na contratação deste tipo de serviço: na verdade, o que vai fazer a diferença para um projeto de sucesso não é o porte da empresa de auditoria, mas a capacidade do time de auditores de entender o negócio da companhia e, principalmente, sua capacidade de transferir conhecimento para a equipe interna do cliente. O auditor tem que atuar como um verdadeiro parceiro do empreendedor, obviamente respeitando as regras de independência que lhe são impostas pela profissão.

Outro aspecto que merece reflexão é quanto ao tipo de trabalho a ser contratado junto ao auditor. Hoje no Brasil existem basicamente três tipos de serviços prestados pelos auditores: auditoria completa, revisão limitada e procedimentos previamente acordados. O que diferencia estes serviços é a abrangência dos trabalhos e o produto final gerado. Em uma escala do nível de exigências requeridas, os trabalhos de procedimentos acordados envolvem uma menor complexidade e nível de preparação da companhia, enquanto que a auditoria completa envolve uma complexidade bem maior e, consequentemente, um nível de preparação bem maior da equipe interna. Meu conselho para aqueles que estão começando: sugiro que façam uma avaliação juntamente com seu time interno da qualidade dos seus sistemas e controles e ai decida qual o tipo de serviço a ser contratado.

Se você ainda se encontra naquele ponto do por que se submeter a uma auditoria, ai vão alguns dos benefícios decorrentes dela:

1. Melhoria das práticas de governança corporativa e correspondente aumento da transparência perante os parceiros: clientes, fornecedores, fontes de financiamento e principalmente os acionistas e “ decision makers”.

2. Decisões gerenciais baseadas em dados validados por terceiros e dentro das melhores práticas contábeis e tributárias.

3. Identificação de potenciais contingências e riscos para a companhia.

4. Identificação de oportunidades para a melhoria dos controles internos, processos, sistemas e procedimentos tributários.

5. Maior agilidade em transações de fusão, aquisição, venda e entrada de um acionista ou investidor.

6. Aderência às exigências de entidades de fomento e mercado de capitais.

O que a experiência tem demonstrado é que uma maior proximidade entre a companhia e seu auditor permite que o empreendedor melhore sua gestão do negócio, através do compartilhamento das melhores práticas e tendências do seu ramo de negócio.

Como último aspecto gostaria de chamar a atenção do empreendedor para talvez o mais importante em todo este processo: não subestime a complexidade do projeto, envolva-se desde o primeiro momento, isto vai fazer a diferença!

 

Paulo Sérgio Dortas 

Break Even: o Ponto de Equilíbrio

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Será que eu sei o ponto de equilíbrio – o momento em que começarei a ”zerar” meus custos?

Neste Artigo vamos falar de outro aspecto não menos relevante na condução dos seus negócios: qual o nível de faturamento requerido em seu empreendimento para atingir o ponto de equilíbrio (Break Even Point)?

Até parece uma pergunta fácil de responder e, geralmente, vemos os empreendedores considerando apenas os custos diretos envolvidos na elaboração do produto ou prestação do serviço, como matéria prima, folha de pagamentos, impostos, entre outros. No entanto, a resposta adequada deve contemplar um exercício que considera não somente os custos diretos, mas também aqueles que têm forte impacto na rentabilidade do seu negócio.

Tanto empresas em fase inicial como as que estão passando por um momento difícil frequentemente se perguntam: qual o nível de vendas a ser atingido para que meu negócio passe a ser lucrativo?

É fundamental entender o relacionamento entre suas receitas e seus custos, ou seja, quais custos aumentarão ou se manterão quando houver um aumento no volume de vendas? Qual o preço a ser praticado para que eu recupere meus custos? Vamos avaliar alguns destes aspectos para juntos concluirmos se estamos considerando todos os elementos da equação.

1. Custos variáveis

Os custos variáveis correspondem basicamente ao custo para produzir seu produto ou para executar seu serviço. Quanto mais você vender, maiores serão seus custos variáveis.

2. Custos fixos

Alguns custos se mantêm independentemente do seu volume de vendas. Aluguel é um bom exemplo de custo fixo.

3. Vendas

Corresponde ao montante obtido pela comercialização dos seus produtos ou serviços.

4. Margem de contribuição

A margem de contribuição representa o custo variável necessário para produzir uma unidade. A sua determinação é bastante simples: subtraia os custos variáveis do valor de venda. A margem de contribuição representa quanto cada produto gera para cobrir as despesas fixas e a margem de lucro. Serve também como parâmetro para o empresário definir quanto ele precisa receber para pagar os custos adicionais ao investimento já existente: os custos fixos.

5. Determinação do Break Even Point

A formula é bastante simples: o valor dos Custos fixos deverá ser dividido pelo resultado obtido pela divisão dos custos variáveis divididos pelas vendas subtraído de 1. Vamos usar o exemplo abaixo para efetuarmos um cálculo:

Custos fixos: R$ 1.000,00

Custos variáveis: R$ 800,00

Vendas: R$ 10.000,00

Assim teríamos: R$ 1.000,00/ (1- R$ 800,00/ R$ 10.000,00), obtendo como resultado R$ 1.087,00. Sendo assim, R$ 1.087,00 seria o valor que determinaria o ponto de equilíbrio na operação, onde os lucros são nulos, tornando-se positivo para valores superiores e negativos para valores inferiores.

 

Paulo Sérgio Dortas

Como saber que é a hora certa do seu negócio crescer?

Sem querer ser muito generalista, mas já sendo, existem dois grandes tipos de empreendedores: os que querem apenas garantir o sustento da sua família e os que querem mudar o mundo.

Na prática, não existe um tipo melhor que o outro, vai muito do perfil de cada um. Enquanto empreendedores visionários criam grandes inovações, os chamados “empreendedores de estilo de vida” são responsáveis diretos pelo desenvolvimento de suas regiões.

Porém, apesar do objetivo final ser bastante diferente, esses dois tipos possuem uma característica em comum: ambos precisam tomar muito cuidado para não darem um passo maior que a perna.

No caso de empreendedores visionários, normalmente o projeto é tão grande que atrai investidores, dispostos a dividir o risco do empreendimento. Por um lado, os investidores reduzem consideravelmente o risco pessoal do empreendedor, por outro a pressão por resultados e crescimento é muito maior.

Pelo lado dos empreendedores de estilo de vida, não há tanta cobrança por um crescimento tão acelerado. Em compensação, a cada nova expansão o empreendedor arrisca diretamente seu patrimônio e, consequentemente, o bem estar da sua família.

Ou seja, nos dois casos é fundamental fazer um excelente planejamento antes de fazer investimentos muito pesados na empresa. Em termos gerais, investir no crescimento da empresa significa aumentar o orçamento de marketing, contratar e treinar mais pessoas, aumentar o espaço físico da empresa e comprar novos equipamentos.

Todo esse investimento só é válido em uma situação: contribuir diretamente para o aumento da receita, seja através de um maior número de clientes ou da entrega de mais serviços para os mesmos clientes.

O grande ponto é que toda vez que falamos sobre aumento de receita, existe uma pergunta fundamental que precisa ser feita antes de investir em estrutura que suporte esse crescimento: existe demanda para isso?

É justamente aí que empreendedores erram, ao fazer investimentos prevendo uma grande demanda que depois fica provada que não era tão grande assim. Por isso, a questão mais importante para o empreendedor que está pensando em investir no crescimento é começar pequeno, testar aos poucos a demanda e só então, quando comprovada, aumentar a quantidade de capital investido.

Se você quer crescer, primeiro bote o pé no água para ver se ela está morna, só depois faça o seu mergulho.

Millor Machado é empreendedor, sócio-fundador da rede social Empreendemia e escreve o blog Saia do LugarEnvie suas dúvidas com a palavra empreendedor no assunto da mensagem para examecanalpme@abril.com.br

4 erros imperdoáveis no fluxo de caixa do seu negócio

São Paulo – Organizar as finanças de uma pequena empresa é o passo inicial para que o projeto cresça. O caminho é já começar a se acostumar com a planilha do fluxo de caixa. Pensado para servir como um planejamento, ele ajuda a acompanhar todas as receitas e os gastos da empresa e a tomar decisões.

O problema é que muitos empreendedores só usam os dados para saber se vai faltar dinheiro no final do mês. O ideal é acompanhar os meses futuros para programar ações. “O fluxo de caixa me diz futuro. Já começa a ver quanto mal ou bom vai ser daqui seis meses. Ele diz quanto precisa de capital de giro, se pode fazer distribuição de lucros, se está na hora de assumir uma dívida ou fazer um investimento”, diz Maurício Galhardo, consultor especializado em finanças, da Praxis Business.

Para que a ferramenta funcione bem como um indicador, é preciso que o empresário fique responsável por fazer ou acompanhar de perto os dados e se certifique de que todas as informação são reais. “O fluxo de caixa deve traduzir a realidade financeira da empresa. É uma previsão do que vai receber e pagar”, explica Nelson de Sousa, professor de finanças do IBMEC/RJ. Veja quais são os principais erros que você precisa evitar para usar bem o fluxo de caixa.

1. Não ter categorias

Apesar de existirem softwares e programas que auxiliam empresários no fluxo de caixa, a maneira mais simples é montar uma planilha. “Precisa separar os gastos em grupos, o que alguns chamam de planos de contas”, alerta Galhardo. Apenas registrar todos os gastos e despesas não é o suficiente para tomar decisões com a planilha. O ideal é separar todos os valores em categorias. “Se você separa em caixinhas, no plano de contas, consegue entender quanto se gasta em cada categoria”, indica o consultor.

Assim, faça colunas para custos com ocupação, como aluguel, IPTU e até água e luz, para custos com pessoal, incluindo salários e benefícios, e também para custos administrativos e relacionados a vendas. Desta forma, fica mais fácil identificar, por exemplo, onde a empresa gasta mais e até como seria possível reduzir custos. “É importante acompanhar o saldo bancário, que deve bater com o fluxo de caixa”, explica Galhardo.

2. Lançar vendas e não recebimentos

Uma nova venda sempre é recebida pela empresa como dinheiro no bolso e muitos empresários se precipitam e lançam os valores na planilha. “No fluxo de caixa, o que deve ser lançado são as receitas e não as vendas. A receita é aquilo que entrou de dinheiro. Se fizer uma venda em três vezes, vai ter que lançar o pagamento em três vezes também”, esclarece Galhardo.

O mesmo vale para pagamentos. “Se ia pagar uma conta e o fornecedor deu um prazo maior, muda a conta para ser paga em outra data”, diz o consultor. Para Sousa, este é o ponto de partida para um fluxo de caixa bem feito. “Projeta o que vai vender e o que vai receber, considerando que algumas vendas são à vista, outras a prazo”, diz.

3. Não ter um acompanhamento diário

O padrão mais comum de fluxo de caixa é mensal, ajudando o empresário a avaliar o desempenho do negócio naquele mês. Na prática, é melhor acompanhar diariamente. “Ele tem que ser feito diário. O fluxo de caixa não serve para ver quanto está gastando, para falar de passado, o fluxo de caixa me diz futuro”, afirma Galhardo.

4. Não ser realista

É com o acompanhamento diário que o empresário vai aprendendo como o negócio se comporta mês a mês e pode se preparar para períodos de baixa. Isso só acontece se os dados usados estiverem de acordo com a realidade. “Empresas projetam fluxo de caixa de até 2 anos, com o que imaginam que vai ser a atividade. Cada vez que aumentam as expectativas de venda, aumentam os gastos também”, diz Sousa.

 

Priscila Zuini

Novas perspectivas para geração de receitas

Veja como a tecnologia de grafos pode ajudar a sua empresa a ser mais eficiente e rentável

Daniel Lázaro

Seria possível passear por toda uma cidade cruzando cada uma de suas pontes apenas uma vez? A teoria dos grafos remonta a 1735, quando Leonard Euler resolveu o problema das Sete Pontes de Königsberg através de um desenho composto por nós e relacionamentos, respondendo então à ilustre pergunta.

Essa teoria, acreditem, vem sendo aplicada para armazenamento e gestão de dados, pois se trata de uma maneira muito intuitiva para representar as relações entre dados. As tecnologias tradicionais são adequadas para se trabalhar dados “tabulares”. Mas, surpreendentemente – ou talvez nem tanto – boa parte do mundo real não é uma tabela. As situações podem ficar realmente complexas ao se transformar, por exemplo, um sistema biológico, uma rede social ou a web em um arranjo de tabelas. Um relacionamento entre amigos que compram alguns artigos em uma loja de departamentos, pode ser descrito por grafos.

Alguns dos mais conhecidos usos de grafos incluem o Knowledge Graph do Google, Social Graph do Facebook e o Interest Graph do Twitter. Vale ressaltar que essas ferramentas não são apenas para os pesquisadores ou grandes empresas de Internet, seu uso comercial vem despontando, como:

• Gestão de Rede e de Nuvem: Empresas de telefonia utilizam bancos de dados de grafos para modelar suas redes, o que oferece suporte às atividades de otimização de rede e conduz análises “what if” de falhas em elementos de rede, melhorando a qualidade do serviço e reduzindo custos de operação:

• Segurança e Controle de Acesso: O Creative Cloud da Adobe utiliza um banco de dados de grafos para gerenciar o acesso ao conteúdo e as relações entre os usuários, grupos, ativos e coleções.

• Descoberta Social: Criamos conexões no Facebook por diversos motivos, contudo, raramente fazemos amizade com pessoas estranhas sendo motivados por um interesse comum em produtos e serviços.

o A empresa Passo 2 está mudando e melhorando a experiência de compras enquanto promove a descoberta social: permite que os usuários sigam individualmente os produtos e categorias de produtos e receba atualizações diretamente em seus feeds de notícias. Melhor ainda, a ferramenta “seguir um revisor” permite que as pessoas se inscrevam para revisões de produtos avaliados por indivíduos com preferências similares.

o Existe um componente social, e tudo é opt in, sendo também uma oportunidade de marketing com potencial de aumentar diretamente a receita. Esta empresa utiliza os grafos de interesse para fazer recomendações aos usuários, que por sua vez, estão se conectando de forma autêntica, baseada em interesses reais.

• Personalização: Desde que o Facebook lançou o Open Graph , as marcas e os varejistas passaram a ter oportunidades únicas de aprender sobre os interesses de seus clientes e usar essa informação para entregar experiências mais atraentes e personalizadas.

o A Amazon.com é um dos melhores exemplos de empresas que atualmente utilizam a personalização baseada em grafos. Quando um cliente se autentica, seus dados são carregados pelo sistema, que passa a sugerir produtos de acordo com o perfil de compras.

o Comparando este processo à moda antiga – porém já inovadora de recomendações, quando a Amazon sugeria produtos com base no seu perfil de compras: caso um cliente tivesse comprado um livro sobre golfe para seu irmão e um perfume para sua esposa? As recomendações com base nessas informações não seriam muito relevantes.

o Todos esses pontos são aperfeiçoados com a abordagem de grafos. A Amazon pode garantir que a primeira coisa que os usuários verão são opções profundamente conectadas com suas preferências pessoais. É uma sacada inteligente para manter os usuários no site, aumentar a probabilidade de compra e gerar mais receita de curto e longo prazo.

As complexidades e as dinâmicas do mundo real demandam novas abordagens. Isto é verdadeiro já que o mundo está se movendo na velocidade da web e todos estão correndo para chegar à frente dos concorrentes.

Processos complexos e intrincados como o comportamento humano, bem como sistemas dinâmicos interligados, tais como aqueles encontrados na natureza e na web, tendem a ser menos estáticos e previsíveis, tornando-se candidatos ideais para tecnologias de grafos, lembrando que as maiores oportunidades de geração de receita com esta tecnologia ainda não foram sequer inventadas.

O indicador financeiro que você não pode ignorar

accounting_graphQuais são os indicadores financeiros que você não pode ignorar?
Respondido por Rodrigo Zeidan, especialista em finanças

Qual o objetivo de uma empresa? O lucro, claro! Contudo, o lucro não importa tanto, e este é um erro comum em muitos empresários – o de se preocupar somente com a linha final de um demonstrativo de resultado, o lucro líquido.

Na verdade, existem milhões de definições diferentes sobre o lucro: operacional, líquido, bruto, EBITDA, EBIT, NOPLAT etc. O que importa, mesmo, é o fluxo de caixa do acionista. Como dizem os anglo-saxões: Cash is king! Nothing beats cold, hard cash (O caixa é o rei! Nada é mais importante que o caixa).

O lucro líquido, por exemplo, esconde o fato de que o empresário vai ter que fazer reinvestimentos, ou pode ser afetado por depreciação ou provisões, que, por outro lado, não afetam o caixa.

São várias as formas de definir o Fluxo de Caixa do Acionista. Uma delas é tomar o lucro operacional sem ajustes contábeis, e abater resultados financeiros, investimentos necessários para fazer a empresa crescer e os impostos sobre o resultado. É o que sobra para os acionistas.

Parece complicado? O mundo financeiro é razoavelmente simples. Uma vez incorporados, esses conceitos permanecem com o empreendedor para sempre. Vale a pena se capacitar para conhecer melhor como é determinado o fluxo de caixa real que os acionistas podem retirar da empresa sem perda de oportunidades de investimento. É o tipo de conhecimento sempre útil e perene.

Rodrigo Zeidan